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Coca-Cola cresce no Brasil e lucro fica acima do esperado por Wall Street

A América Latina foi um dos motores de crescimento da Coca-Cola em 2024, com destaque para o Brasil, que ajudou a impulsionar os lucros da companhia

Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 09h36.

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A The Coca-Cola Company (KO) divulgou os resultados financeiros do quarto trimestre e do ano de 2024 nesta terça-feira, 11, destacando um crescimento robusto impulsionado por mercados emergentes, incluindo o Brasil. O lucro da gigante de bebidas ficou acima do esperado por Wall Street, a 55 centavos por ação, ante expectativa de 52 centavos.

A empresa também registrou alta de 6% na receita líquida trimestral, atingindo US$ 11,5 bilhões, enquanto o faturamento anual cresceu 3%, totalizando US$ 47,1 bilhões.

Segundo James Quincey, presidente e CEO da empresa, a estratégia global da companhia continua se mostrando eficaz. “Nosso modelo nos permite navegar em cenários externos dinâmicos e capturar oportunidades de crescimento em diferentes mercados”, afirmou o executivo.

Após a divulgação dos números do quarto trimestre e do ano de 2024, os papéis da empresa subiram 3,6% no pré-mercado desta terça-feira em Nova York. No acumulado dos últimos 12 meses, as ações da companhia registraram uma alta de aproximadamente 8%, enquanto o índice S&P 500 subiu 21% no mesmo período, segundo a Bloomberg.

Brasil e América Latina puxam crescimento da Coca-Cola

A América Latina teve um desempenho expressivo para o período, com um crescimento de 2% no volume de vendas no último trimestre do ano passado. O principal impulsionador desse avanço foi o aumento da demanda por produtos da marca Coca-Cola no Brasil, que se consolidou como um dos mercados mais relevantes para a empresa.

Além disso, a região teve um aumento significativo no preço/mix, que cresceu 23% no trimestre. Mais da metade desse crescimento foi resultado de reajustes de preços, especialmente na Argentina, devido à alta inflação. No entanto, outros fatores, como a diversificação do portfólio e ações estratégicas de mercado, também contribuíram para o bom desempenho da marca.

O lucro operacional na América Latina subiu 24% no quarto trimestre, mesmo diante de um impacto negativo da desvalorização cambial. Quando ajustado para variações cambiais, o crescimento chegou a 46%, reflexo da combinação de forte desempenho de vendas e otimização de custos operacionais.

Retornáveis impulsionam a estratégia da Coca-Cola

Uma das apostas da companhia para manter o crescimento nos mercados emergentes, incluindo o Brasil, é a ampliação do uso de garrafas de vidro retornáveis. A Coca-Cola adicionou 1,6 bilhão de unidades de embalagens retornáveis ao seu volume total de vendas em 2024, um crescimento superior ao da média global da empresa.

No Brasil, essas embalagens são vistas como uma alternativa sustentável e acessível, permitindo que a marca alcance mais consumidores e expanda sua participação no setor de bebidas não alcoólicas. O modelo também foi adotado em outros mercados latino-americanos e vem sendo expandido para regiões como Alemanha, África do Sul e Vietnã.

Além disso, a Coca-Cola aumentou sua presença no varejo com a adição de mais de 250 mil novos pontos de venda e a instalação de 600 mil refrigeradores para ampliar a disponibilidade de bebidas geladas. Essas estratégias fortaleceram a posição da companhia e impulsionaram sua participação de mercado.

Expectativas para 2025

Olhando para o futuro, a Coca-Cola espera continuar crescendo, projetando um aumento de 5% a 6% na receita orgânica global em 2025. No entanto, a companhia prevê desafios como o impacto das variações cambiais e mudanças tributárias em alguns mercados.

No Brasil, o foco seguirá na ampliação da presença de bebidas da marca, especialmente as versões zero açúcar, que cresceram 13% no último trimestre. A expectativa é que iniciativas de diversificação e inovação no portfólio continuem atraindo consumidores e fortalecendo a posição da empresa no país.

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