Aline Cardoso, da EQI Asset, com Daniel Cunha e Bruno Lima, do BTG Pactual e do BTG Pactual digital, respectivamente | Foto: Reprodução/EXAME (Reprodução/Exame)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2021 às 20h21.
No atual momento de aumento das incertezas econômicas e de aumento dos juros, o que o investidor deve fazer? Reduzir ou até zerar sua posição em renda variável e migrar para a renda fixa ou aproveitar as oportunidades que surgiram na bolsa com a forte queda das ações?
Essa foi uma das perguntas respondidas por Aline Cardoso, co-head de Research da EQI Asset, no mais novo episódio do Clube, podcast semanal da EXAME Invest com gestores e estrategistas do mercado.
Cardoso conversou com Daniel Cunha, da área de Sales do BTG Pactual, e Bruno Lima, head de Equity Research do BTG Pactual digital, que são os apresentadores do programa.
"O que é mais provável? O governo voltar atrás e zerar o Auxílio Brasil e falar 'não vamos mais furar o teto'? Ou o auxílio passar de 300 para 600 reais?", questionou Aline Cardoso ao fazer uma análise do cenário atual. "Hoje a assimetria é para pior, para que o estouro do teto seja ainda pior."
A co-head de research da EQI Asset ressaltou que a disposição para furar o teto de gastos ocorre a cerca de um ano das eleições presidenciais de 2022, o que sinaliza que "o governo vai 'apertar todos os botões' para a reeleição acontecer".
A especialista disse que o período atual lembra muito o vivido entre 2013 e 2014, quando a bolsa caiu 25%, e os juros prefixados chegaram a 12% ao ano. É o mesmo patamar atual, o que sinaliza que o juro futuro precificou o novo quadro de risco antes que a bolsa.
Naquele momento, em 2013/2014, o valuation da bolsa (medido pelo múltiplo do preço/lucro projetado por ação, com Petrobras e Vale) era de 10 vezes, acima das 8 vezes no cenário atual.
Mas Cardoso ressaltou que tanto o preço do petróleo como o do minério de ferro estavam em patamares muito inferiores ao atual, o que sinaliza probabilidade maior de queda desses preços até o próximo ano em razão de diferentes fatores -- algo que faria os múltiplos subirem mesmo sem alterações no preço do Ibovespa.
O que se compra em um momento como o atual, com um quadro fiscal ruim e uma assimetria de riscos negativa? "Olhamos muito para as teses com dinâmica própria, que não dependem do PIB para continuar crescendo."
"É hora da máxima da diversificação: nem 100% na renda fixa nem 100% na renda variável. Temos visto uma migração de base, muito investidor que entrou na bolsa em 2019 está voltando para a renda fixa. O custo de oportunidade para ficar em bolsa está ficando alto quando você tem um CDB que paga 13% ao ano", disse Cardoso.
O que pensam os melhores gestores do país? Quais as suas teses de investimento e a visão sobre os principais desafios e onde estão as melhores oportunidades? E qual a sua trajetória até chegar aonde estão hoje? Essas respostas e muito mais serão conhecidas pelos investidores no Clube, o novo videocast da EXAME Invest.
A cada semana, o programa trará um ou mais convidados para promover discussões sobre o mercado em um ambiente democrático e de maneira descontraída, com liberdade dos participantes para transitar em outros temas que não apenas investimentos.
Assista ao programa do Clube com Aline Cardoso, da EQI Asset, em que ela falou sobre as incertezas do mercado, se já é hora de voltar a comprar bolsa, revelou os melhores papéis para atravessar a turbulência e muito mais: