A LATAM poderá fornecer serviços de passageiros a 115 destinos em 23 países, bem como transporte de carga (AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2012 às 17h42.
São Paulo - Preocupado com o aumento da concorrência no setor de voos internacionais no Brasil e com os fracos resultados de transporte de carga, o Citi Research rebaixou a recomendação dos papéis da Latam Airlines de compra para neutra.
O analista Stephen Trent, que assina o relatório, reduziu também o preço-alvo para as ADRs (American Depositary Receipts) da companhia de 33 dólares para 27 dólares.
Segundo o analista, as operações domésticas da Latam no Brasil devem se beneficiar do aumento da capacidade e da redução de impostos promovida pelo governo federal, mesmo assim, os planos da Delta e da American Airlines de expandirem suas atividades no país representam uma grande ameaça para a empresa. Além disso, as fracas demandas globais de carga devem impactar a transportadora da companhia.
Tendo isso em vista, Trent reduziu a estimativas para os resultados do terceiro trimestre da Latam. A nova projeção para o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é de 402 milhões de dólares.
Gol
O relatório traz também previsões para a Gol, com o preço-alvo passando de 10 dólares para 9 dólares por ADR. A recomendação de compra foi reiterada. Stephen ressalta que com a aprovação da compra da Webjet pela Gol, a companhia pode agora cortar capacidade não lucrativa.
O analista destaca que entre 2004 e 2011 os rendimentos (yields) da Gol (receita por assento, por quilômetro) caíram 54%, enquanto os rendimentos da Tam recuaram 59%. Além disso, o cenário se tornou ainda mais desafiador para as duas por conta do enfraquecimento do real perante o dólar no início de 2012. Somado a isso, os altos preços de combustível para aviação, com altas tributações, têm impactado significativamente a rentabilidade do setor operacional.
Com o combustível e a moeda limitando o impacto dos programas de redução de custos das companhias, Latam e Gol estão agora realizando cortes de capacidade. “Nós achamos que eles vão continuar com isso em 2013, marcando a primeira vez na história recente do país que as duas principais operadoras retiram capacidade do mercado”, diz Stephen.