Atos convocados por Bolsonaro são fonte de preocupação | Foto: Isac Nóbrega/PR (Isac Nóbrega/PR/Flickr)
Bloomberg
Publicado em 5 de setembro de 2021 às 09h30.
Última atualização em 5 de setembro de 2021 às 22h57.
A semana que começa nesta segunda-feira, 6, será mais curta por cauda de feriados no Brasil e EUA, mas tem uma agenda com potencial de impactar os ativos financeiros.
Entre os principais pontos de atenção, o mercado avalia qual a possível influência das manifestações de 7 de setembro sobre os embates do presidente Jair Bolsonaro com as instituições. Ainda no campo político, a reforma do IR deve ir ao Senado em meio a críticas. Na economia, IPCA mostrará pulso da inflação e varejo apontará ritmo da atividade após dados mais fracos do PIB e indústria. PPI nos EUA, decisão do BCE e indicadores da China são destaques externos. Veja assuntos da próxima semana:
Mercado monitora as manifestações do Dia da Independência, na próxima terça-feira, em meio ao clima de tensão institucional agravado nas últimas semanas pelos embates entre o presidente Jair Bolsonaro e o STF. O 7 de setembro será ultimato para duas pessoas do Supremo, disse o presidente nesta sexta-feira, sem citar nomes. “Se alguém quiser jogar fora das quatro linhas da Constituição, mostraremos que também podemos jogar”, disse ele. A oposição também promete atos no feriado e, segundo a Folha, grupos pró e contra Bolsonaro estarão separados por apenas 3 km em Brasília. De acordo com a Veja, o governo espera 200.000 pessoas em Brasília e outras 500 mil em São Paulo.
Projeto que altera as regras do Imposto de Renda deve ser enviado ao Senado após ter sua aprovação finalizada pela Câmara nesta quinta-feira. Segundo os jornais, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, resiste ao projeto, que também é criticado por Estados diante do receio de perdas de receita. A proposta da reforma administrativa deve ser votada entre os dias 14 e 16 de setembro na comissão especial da Câmara, segundo o site da casa.
IPCA sai no dia 9 e deve desacelerar para 0,72% em agosto, contra 0,96% em julho, segundo economistas. O índice em 12 meses, porém, deve ter novo avanço para 9,52%, ante 8,99% no mês anterior. Ritmo da inflação, agravado pela alta dos serviços e da energia, ainda será medido pelo IGP-DI, no dia 8, que pode ter desaceleração. Vendas no varejo têm estimativa de alta e fecham a semana na sexta, após frustrações recentes com PIB e produção industrial reduzirem o otimismo com a retomada econômica no pós-pandemia. Agenda ainda traz dados da Anfavea e quadrissemanas do IPC-Fipe e IPC-S.
O Banco Central Europeu (BCE) se reúne na próxima quinta-feira e deve manter os juros estáveis, mas mercado avaliará discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde, em busca de sinais de possível redução dos estímulos. Após payroll nesta sexta, agenda americana destacará inflação ao produtor, que pode mostrar desaceleração mensal e aceleração no comparativo anual. Fed divulgará o Livro Bege e vários dirigentes, como Williams e Kaplan, falam ao longo da semana. EUA terão feriado do Dia do Trabalho na segunda-feira. Benefícios concedidos durante a pandemia devem espirar. Agenda na China inclui balança comercial e inflação.
A semana reduzida pelo feriado de 7 de setembro e o período de entressafra de balanços esvaziam a agenda corporativa. Nem por isso as movimentações deixam de acontecer. No dia 6 de setembro, a nova carteira do Ibovespa entra em vigor. Dia 8, a JHSF reúne acionistas em AGE para aprovar novo plano de opção de compra de ações da companhia e mudanças no estatuto. Ao menos 4 empresas protocolaram pedidos para IPO na CVM na última semana – Cencosud, BMRV, Fulwood e Claranet –, mas ainda não definiram calendário.