B3: mercado aguarda eleições no primeiro turno (Germano Lüders/Exame)
Karla Mamona
Publicado em 2 de outubro de 2018 às 15h32.
Última atualização em 2 de outubro de 2018 às 17h05.
Os analistas estão recomendando a compra de certas ações brasileiras, não importa quem seja o próximo presidente do país. O primeiro turno das eleições gerais está marcado para o próximo domingo e seu resultado pode não ser o derradeiro até o fim do mês de outubro, após um potencial segundo turno. Embora ainda não esteja claro qual candidato deve vencer a disputa e, consequentemente, quais tipos de reformas fiscais devem acontecer mais adiante, há empresas que devem entregar resultados fortes independentemente da piora - ou não - da economia brasileira.
A Bradesco Asset Management tende a gostar de empresas que são líderes de segmento, com algum poder de precificação, segundo o presidente Ricardo Almeida. "No longo prazo, estamos otimistas, mas agora não é hora de correr riscos", disse Almeida, em entrevista no escritório da Bloomberg em São Paulo. A BRAM gosta da CVC, que é vista como bem posicionada para enfrentar qualquer cenário. "Se o real enfraquecer, a CVC pode vender pacotes domésticos; se a moeda se fortalecer, venderá os internacionais", disse Almeida.
A Aberdeen Asset Management está apostando em empresas de consumo brasileiras e tem uma grande posição na varejista de roupas Lojas Renner. A execução da empresa é impecável, de acordo com João Braga, da XP Gestão. A ação tem 10 recomendações de compra, 5 de manutenção e 2 de venda, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. "Quem quer que seja o próximo presidente, os consumidores no Brasil continuarão a valorizar sua marca favorita de cerveja, abastecer seus carros nos postos de gasolina mais próximos e comprar roupas a ótimos preços", disse David Souccar, gestor de portfólio da Vontobel Quality Growth.
A MRV Engenharia está focada na eficiência e no alongamento de suas dívidas, afirmou Marcelo Faria, chefe de ações da Porto Seguro Investimentos. "Preferimos empresas de qualidade no mercado interno", disse Faria. A MRV também é a escolha preferida do BTG Pactual no setor de construção. O banco está confiante nas operações crescentes da empresa, na rentabilidade e na geração de fluxo de caixa.
Recentemente, o Santander adicionou a Rumo às suas cinco primeiras escolhas no Brasil, disseram os analistas Daniel Gewehr e João Noronha. O Goldman Sachs reiterou sua recomendação de compra para as ações, e o BTG Pactual disse que é a melhor escolha no setor de transportes, com forte momentum dos resultados, redução do risco de balanço e potencial para forte fluxo de caixa livre. "A perspectiva permanece brilhante e acreditamos que a empresa está bem posicionada para renegociar contratos de longo prazo com clientes e renovar sua concessão da Malha Paulista", escreveram os analistas Carlos Sequeira e Bernardo Teixeira, do BTG.
A Eleven Financial Research prefere empresas que gerem resultados positivos sob qualquer cenário. "Independentemente do resultado da eleição, a Vale está entre as nossas principais escolhas", disse o chefe de mercados de capitais da Eleven, Adeodato Volpi Netto. Faria, da Porto Seguro, disse que investidores são atraídos para o papel pelo forte preço do minério de ferro e dividendo estável.