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Cielo, Méliuz, Americanas: 10 maiores altas e baixas do Ibovespa em abril

Índice registra a primeira queda mensal de 2022, mas ainda acumula alta de 3% no ano

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 29 de abril de 2022 às 18h50.

Última atualização em 29 de abril de 2022 às 19h30.

O mês de abril reverteu a tendência positiva que vinha impulsionando o mercado brasileiro no primeiro trimestre do ano. Com os mercados cada vez mais preocupados com o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, os investidores estrangeiros deixaram de lado opções mais arriscadas de investimento, prejudicando as bolsas ao redor do mundo — em especial, as emergentes.

Por aqui, o Ibovespa desabou 10% no mês, e apenas 11 das 91 ações do principal índice da B3 encerraram o mês em terreno positivo.

Os maiores ganhos foram os dos papéis da Cielo (CIEL3), que, a propósito, são as ações que mais sobem no ano, acumulando 58,3% de alta. Apenas em abril, os ganhos foram de 21,4%.

“A Cielo vinha sofrendo forte concorrência nos últimos anos e ficou com uma lacuna muito grande de valuation frente aos pares que surgiram depois, como Stone e PagSeguro. Com as concorrentes tendo dificuldades, o intervalo entre elas começou a se fechar”, avaliou João Vítor Freitas, analista da Toro Investimentos.

“Além disso, a empresa se desfez de ativos “não core” [fora do negócio central] e mostrou recuperação das margens. São fatores que contribuem para o destaque de Cielo no ano”, completou o analista.

Outros destaques de alta do mês foram do setor elétrico, com CPFL Energia (CPFE3) subindo perto de 12%, acompanhada de perto pelos papéis da Eletrobras (ELET3/ELET6) que avançaram, respectivamente, 10% e 9,7% no período.

Os ganhos do setor foram puxados pela estatal, que reagiu à expectativa de privatização da empresa. Os papéis reagiram positivamente à expectativa de aprovação da operação pelo Tribunal de Contas da União (TCU), um dos últimos passos para o lançamento da operação. O TCU, no entanto, adiou por 20 dias a análise do caso, o que arrefeceu os ganhos da ação. Para analistas, a privatização pode destravar até R$ 70 bilhões em valor de mercado da empresa.

Freitas destaca ainda uma preferência dos investidores por ações com maior capacidade de entregar bons resultados mesmo em um cenário de juros e inflação altos. É o caso dos papéis de valor (value), que passam a ocupar cada vez mais espaço na carteira dos investidores em detrimento das ações de crescimento (growth).

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Prova disso é que os papéis de crescimento ocupam, justamente, as piores posições entre os ganhos do mês. “Companhias de alto crescimento, que são dependentes de captações, sofrem mais. Vale para empresas de tecnologia, que têm grande parte de seu valor nos fluxos de caixa futuros, e também para varejistas de internet”, avaliou Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

As maiores perdas ficaram com a startup Méliuz (CASH3), as varejistas Americanas (AMER3) e Via (VIIA3) e a empresa de tecnologia Locaweb (LWSA3). As quatro recuaram mais de 25% em abril.

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