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Cielo cai mais que Redecard após avaliação de preço para saída da bolsa

Deutsche Bank destaca que concorrência apontada no relatório da consultoria influencia as duas líderes

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2012 às 15h26.

São Paulo – O laudo de avaliação sobre o preço das ações da Redecard (RDCD3) no processo que visa a retirada da empresa da bolsa pelo controlador Itaú não trouxe muita surpresa em relação ao valor definido. Outro detalhe das premissas adotadas pela avaliadora, porém, pode afetar até os papéis da principal concorrente da empresa.

“Acreditamos que o relatório pode trazer impacto negativo também para a Cielo, já que pinta um quadro de aumento na competição, pressões na taxa de administração, e queda de lucratividade para a indústria como um todo”, afirmou o analista Mario Pierry, do Deutsche Bank, em relatório enviado para clientes.

Além das margens mais apertadas para o setor em geral, o relatório da Rothschild assumiu como premissa para avaliar a Redecard um crescimento da empresa abaixo do mercado até 2016, considerando a perda de participação para novos entrantes. A expectativa é de um crescimento em linha com o mercado só a partir de 2017.

Os papéis das empresas não estão reagindo bem no primeiro pregão após a divulgação do relatório. Enquanto Redecard cai 1,64%, a Cielo (CIEL3) perdia há pouco 2,57%. Para as duas ações, a recomendação do Deutsche Bank é de manutenção.

O preço da Redecard

O relatório Rothschild apresentou duas faixas de preço, medidas por diferentes critérios, para o papel da Redecard. Pelo critério fluxo de caixa descontado, o preço da empresa fica entre 34,18 reais e 37,59 reais por ação. Considerando o critério “múltiplos de mercado”, o preço fica entre 36,13 reais e 37,11 reais.

“Sobra pouco espaço para o Itaú aumentar o preço de sua oferta. Mantemos nossa visão de que o valor oferecido é justo”, afirmou Mario Pierry no relatório.


Embora tenham aumentado o preço-alvo de 29 reais para 38 reais, os analistas do Barclays, que mantém a recomendação de equal weight (alocação sugerida em linha com o mercado) para os papéis, também acreditam que o Itaú Unibanco não deve aumentar sua proposta de 35 reais por ação, já que a operação também traz alguns riscos para o banco.

“Com base nessa nova avaliação, acreditamos que o Itaú não vai alterar os termos já enviados para a CVM, fechando a porta para que esse evento continue sendo um gatilho para as ações”, afirmam os analistas Barclays.

Próximos passos

Como parte dos esforços para tranquilizar o mercado sobre seu preço real, a Redecard anunciou no final de março que contratou o Citigroup e a assessoria BR Partners para emitir um “fairness opinion”, ou uma segunda opinião sem peso oficial, para o Conselho de Administração da empresa, dando sua visão do negócio sobre negócio.

Mario Pierry, do Deutsche Bank, estimou no relatório que esse passo demore duas semanas para terminar. Ele lembra que, dentro dos próximos dez dias, os minoritários da Redecard podem pedir uma nova avaliação da companhia, que pode demorar de quatro a seis semanas para ser concluída se solicitada.

Depois desses dois passos, o Itaú Unibanco poderá enviar um documento final para a CVM, que pode demorar mais um mês para ser aprovado, estima o analista.

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