NYSE: bolsa de Nova York disse que irá retirar ações de suas listas após decisão do governo americano (Lucas Jackson/Reuters)
Thiago Lavado
Publicado em 2 de janeiro de 2021 às 14h02.
A China tomará as "medidas necessárias" para assegurar os interesses de suas empresas depois que a Bolsa de Valores de Nova York começou a excluir três empresas de telecomunicações chinesas que Washington diz ter laços militares, declarou o Ministério do Comércio chinês neste sábado.
A NYSE informou na quinta-feira que retiraria de sua lista as companhias China Mobile, China Unicom e China Telecom após decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, em novembro de barrar o investimento norte-americano em 31 empresas que, segundo Washington, pertencem ou são controladas pelos militares chineses.
"Este tipo de abuso de segurança nacional e do poder do Estado para suprimir as empresas chinesas não está em conformidade com as regras do mercado e viola a lógica do mercado", disse o Ministério do Comércio chinês em um comunicado.
"Isso não só prejudica os direitos legais das empresas chinesas, mas também prejudica os interesses dos investidores em outros países, incluindo os Estados Unidos", acrescentou.
Embora o ministério tenha dito que tomará medidas para proteger suas empresas, ele também pediu aos Estados Unidos que considerem a volta das relações comerciais bilaterais com a China.
Nas últimas semanas antes de o presidente eleito Joe Biden assumir o cargo em 20 de janeiro, o governo Trump intensificou sua postura linha-dura contra a Pequim.
As relações entre as duas maiores economias estão cada vez mais tensas em meio a uma série de disputas sobre questões como comércio e direitos humanos.
O Departamento de Comércio dos Estados Unidos adicionou dezenas de empresas chinesas a uma lista negra de comércio em dezembro, acusando Pequim de usar as companhias para aproveitar tecnologias civis para fins militares.