Banco Central da China (Mark Ralston/AFP/Exame)
O governo da China decidiu cortar nesta segunda-feira, 22, as taxas de juros sobre os financiamentos imobiliários.
O Banco Central da China cortou a taxa básica de empréstimo de cinco anos em quinze pontos base, passando de 4,45% para 4,30%, e reduziu os juros de empréstimo de um ano em cinco pontos base, para 3,65%.
Essas taxas são utilizadas como referência para o setor imobiliário na China, que responde por quase um terço do Produto Interno Bruto (PIB) da China.
Essa é a segunda vez no ano que o governo chinês decide reduzir os juros sobre os empréstimos hipotecários. O corte superou a previsão de corte previsto pelo mercado, igualando a redução das taxas de juros realizada em maio, a maior já registrado até então.
Na semana passada, o Banco Central da China tinha reduzido a taxa de empréstimos de médio prazo (MLF) de um ano para algumas instituições financeiras em dez pontos base. Também tinha cortado a taxa de recompra reversa de sete dias em dez pontos-base, para 2%.
O corte desta segunda-feira é mais uma tentativa de alimentar a demanda por crédito e estimular a economia local, especialmente o mercado imobiliário, duramente prejudicados pelos longos lockdowns e endividamento elevado.
Isso pois os cortes das taxas de juros da semana passada geraram reações positivas de curta duração.
As taxas de juros mais baixas para o setor imobiliário não estão se traduzindo em um aumento das vendas de imóveis na China. Além disso, muitas incorporadoras chinesas estão tentando terminar imóveis já vendidos mas incompletos, para os quais já foram recebidos pagamentos iniciais.
A redução maior do que o esperado na taxa de hipoteca de referência ajudou a reforçar o índice Hang Seng Mainland Properties em Hong Kong, que subiu 1,4% nesta segunda. Mas fez pouco para impulsionar mercados mais amplos, com o índice de referência CSI 300 de ações listadas em Xangai e Shenzhen subindo apenas 0,7%.
Na semana passada, o Country Garden, o maior grupo imobiliário da China em vendas, estimou que os lucros do primeiro semestre caíram até 70%. Mais um sinal de que uma crise de financiamento antes limitada a desenvolvedores de alto risco como a China Evergrande se espalhou para o resto da indústria imobiliária.