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Bolsa chinesa vende em 1 dia algodão para 9 bilhões de jeans

Traders entraram com força nos mercados de commodities chineses, ampliando os volumes de tudo, do aço ao carvão coque, e acendendo um sinal amarelo

Jeans: algodão foi suficiente para produzir quase 9 bilhões de pares de jeans, ou seja, pelo menos um para cada pessoa do planeta. (m-imagephotography/Thinkstock)

Jeans: algodão foi suficiente para produzir quase 9 bilhões de pares de jeans, ou seja, pelo menos um para cada pessoa do planeta. (m-imagephotography/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2016 às 16h57.

Não são apenas os metais que foram pegos pela febre das commodities da China.

Em um único dia na semana passada, foi negociado na Bolsa de Commodities de Zhengzhou o equivalente a 41 milhões de fardos de algodão, a maior quantidade registrada em mais de cinco anos, suficiente para produzir quase 9 bilhões de pares de jeans, ou seja, pelo menos um para cada pessoa do planeta.

Os preços, que haviam atingido o preço mais baixo da história em fevereiro, subiram quase 19 por cento nos quatro dias que anteciparam o pico das negociações de sexta-feira.

Os traders entraram com força nos mercados de commodities chineses, ampliando os volumes de tudo, do aço ao carvão coque, e levando as bolsas a aumentarem as margens e as comissões ou a emitirem alertas aos investidores. O aumento das negociações recorda a alta das ações no ano passado, que deu impulso ao mercado acionário antes da forte queda que eliminou US$ 5 trilhões. A China é a maior consumidora e a segunda maior produtora mundial de algodão.

“Os níveis mínimos recorde em fevereiro e março fomentaram o interesse comprador tanto dentro quanto fora do setor do algodão e também geraram especulação, o que resultou em crescentes apostas nos futuros em Zhengzhou”, disse Liu Qiannan, analista de algodão da Galaxy Futures em Pequim. “Com um investimento massivo e o alento desse mercado insano do aço e do minério de ferro na China, o sentimento passou do pessimismo para o otimismo”.

Mais de 3,6 milhões de contratos de 5 toneladas cada foram negociados em Zhengzhou na sexta-feira. Como as bolsas chinesas calculam o volume duplamente para contar os lados comprado e vendido de uma operação, a cifra chega a 9 milhões de toneladas, ou 41 milhões de fardos. Um fardo é suficiente para produzir 215 pares de jeans, segundo o Conselho Nacional do Algodão dos EUA.

No mesmo dia, cerca de 1,6 bilhão de libras-peso foram negociadas na ICE Futures U.S. em Nova York. O total equivale a cerca de 3,3 milhões de fardos, ou mais de 700 milhões de pares de jeans, quantidade suficiente para vestir EUA, Brasil e Japão.

História do algodão

As aquisições de algodão pela China já estiveram sob os holofotes antes. Em 2011, o governo estabeleceu um preço mínimo e começou a estocar a commodity para respaldar os produtores locais. A estratégia os encorajou a acumular o material e provocou um salto nos futuros, que atingiram uma alta histórica em março daquele ano. O contrato para setembro foi de 12.705 yuans (US$ 1.955) a tonelada, alta de 11,5 por cento neste ano.

Em resposta ao frenesi de negociações, nesta semana a bolsa de Zhengzhou elevou a comissão por transação para os futuros do algodão de 4,3 yuans para 6 yuans por lote e disse que aumentará as exigências de margem e as faixas de negociação diária de todos os contratos futuros para o próximo feriado do Dia do Trabalhador. Ninguém respondeu aos dois telefonemas ao departamento de notícia e propaganda da Bolsa de Commodities de Zhengzhou fora do horário comercial.

As medidas de Zhengzhou e de outras bolsas, incluindo a Bolsa de Commodities de Dalian, estão tornando mais cara para os investidores a negociação de futuros de commodities na China. O Morgan Stanley disse que o aumento da negociação especulativa havia deixado os mercados globais surpresos, citando o salto da atividade no caso dos ovos, do algodão, do minério de ferro e do aço.

O Goldman Sachs expressou preocupação com o aumento da negociação especulativa em contratos futuros chineses do minério de ferro, dizendo que os volumes diários são tão grandes atualmente que em alguns momentos excedem as importações anuais.

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