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China afirma que rejeitou a entrega de aviões da Boeing devido às tarifas dos EUA

Comunicado do Ministério do Comércio chinês fala em instabilidade gerada na cadeia industrial para empresas dos dois países

Boeing planejava entregar cerca de 50 aviões à China em 2025 (Jeff Halstead/Icon Sportswire/Getty Images)

Boeing planejava entregar cerca de 50 aviões à China em 2025 (Jeff Halstead/Icon Sportswire/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 29 de abril de 2025 às 09h00.

A China justificou, nesta terça-feira, 29, sua decisão de rejeitar a entrega de novos aviões da gigante norte-americana Boeing, devido às tarifas impostas pelo governo Trump e seu impacto no mercado internacional de transporte aéreo.

"A imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos impactou gravemente a estabilidade da cadeia industrial e da cadeia de suprimentos globais", declarou o Ministério do Comércio chinês. "Importantes companhias aéreas chinesas e a Boeing, nos Estados Unidos, sofreram muito", acrescentou.

As novas tarifas norte-americanas chegam a 145% sobre diversos produtos chineses, e Pequim respondeu com novos encargos de 125% sobre importações dos Estados Unidos.

O diretor-executivo da Boeing, Kelly Ortberg, confirmou, na semana passada, que a China havia deixado de aceitar novos aviões por causa da guerra comercial.

Em uma entrevista à rede CNBC, Ortberg disse que seus clientes chineses "pararam de aceitar entregas de aviões devido ao ambiente tarifário" e que, se a situação persistir, a empresa terá que vender suas aeronaves para outras companhias aéreas.

A Boeing planejava entregar cerca de 50 aviões à China em 2025, disse Ortberg, e acrescentou que a empresa não "esperará muito tempo" para enviá-los a outros clientes.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou a decisão da China e afirmou que isso é um "pequeno exemplo do que a China tem feito aos Estados Unidos há anos".

O Ministério do Comércio chinês respondeu na terça-feira que "muitas empresas não têm conseguido realizar suas atividades normais de comércio e investimento devido às tarifas de Trump".

- A China está disposta a continuar apoiando a cooperação empresarial normal entre empresas dos dois países - afirmou o porta-voz.

Pequim "espera que os Estados Unidos possam ouvir as vozes das empresas e criar um ambiente estável e previsível para as atividades normais de comércio e investimento", acrescentou.

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