Francisco Carlos Gomes, diretor da Cetip: a receita de custódia das letras foi de R$ 4 milhões no terceiro trimestre, aumento de 766,9% comparando com um ano antes (Arquivo)
Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2011 às 12h19.
São Paulo - O estoque de letras financeiras na Cetip atingiu o patamar de R$ 140 bilhões na semana passada. Em janeiro, o saldo era de aproximadamente R$ 40 bilhões. A receita de custódia de letras financeiras foi de R$ 4 milhões no terceiro trimestre, aumento de 766,9% perante o mesmo intervalo de 2010.
"Este segmento cresceu bastante ao longo deste ano, sendo que ainda não experimentamos uma expansão forte no âmbito da oferta pública de letras financeiras", destaca Carlos Ratto, diretor executivo Comercial de Produtos, Marketing e Comunicação da Cetip. "Esperamos um crescimento deste tipo de instrumento tanto na privada quanto na pública em 2012", acrescenta.
Atualmente, o estoque de ofertas pública é de R$ 500 milhões, resultado das operações do banco Daycoval e da RCI Brasil, financeira do grupo de montadoras Renault-Nissan. Segundo Ratto, embora a oferta privada seja mais simples, diante de um cenário externo bastante instável, a tendência é que sejam feitas mais ofertas públicas no ano que vem, com destaque para o instrumento 476, cuja emissão é oferecida a um número restrito de investidores.
"As necessidades de captação local vão aumentar. Com a diminuição do capital externo por conta da instabilidade atual, isso aumenta ainda mais, seja as empresas fazendo emissões de debêntures seja através de empréstimos bancários. Com isso, vislumbramos aumento da necessidade de funding pelos bancos locais, impactando nas áreas de letras financeiras e CDBs", analisa Ratto.
As primeiras emissões de letras financeiras no mercado foram feitas em março de 2010, sendo que o instrumento foi criado em 2009 pelo governo na tentativa de tentar alongar as captações dos bancos. Este ativo passou a ser registrado nos sistemas da Cetip em abril do ano passado.