Uma plataforma de negociação melhor e mais investimento do exterior poderia ajudar a impulsionar o volume do mercado secundário (Dreamstime.com)
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2012 às 17h14.
São Paulo - A Cetip SA - Balcão Organizado de Ativos & Derivativos, maior câmara de liquidação de ativos do Brasil, tem planos de abrir uma nova plataforma de negociação para debêntures até julho. Há esforços do governo e de investidores locais para desenvolver o mercado secundário desses títulos.
A plataforma vai substituir a CetipNET, disse Marcelo Fleury, diretor de relações institucionais da companhia, em entrevista em Londres. Separadamente, a Cetip tem planos de pedir ao governo que corte impostos para o investimento estrangeiro em debêntures, disse Fleury. Investidores estrangeiros pagam uma taxa de 15 por cento sobre o rendimento dos títulos, além de seis por cento do Imposto sobre Operações Financeiras, disse ele.
Uma plataforma de negociação melhor e mais investimento do exterior poderia ajudar a impulsionar o volume do mercado secundário de menos de um por cento para até 10 por cento dos R$ 420 bilhões de debêntures, disse Fleury.
Fleury disse que todos se beneficiariam do desenvolvimento do mercado secundário e que a liquidez que viria com ele permitiria a muitas empresas atrair investidores, disse Fleury em entrevista em 9 de fevereiro.
A Cetip está trabalhando com a Federação Brasileira de Bancos e a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais para desenvolver o mercado de títulos corporativos locais, disse Fleury. No ano passado, a Anbima propôs regras para expandir a negociação e reduzir os custos de captação no mercado de debêntures sob a estrutura do Novo Mercado. Isso inclui ampliar a distribuição de títulos e dar aos papéis corporativos os mesmos estímulos tributários que os títulos públicos.
Separadamente, o governo disse que está trabalhando em iniciativas para promover a criação de fontes de financiamento privadas de longo prazo no País.
Aumento das negociações
O volume médio diário de debêntures no Brasil cresceu de R$ 23,8 milhões em janeiro de 2011 para R$ 108,6 milhões em janeiro deste ano, de acordo com a Anbima. Isso ainda é uma fração dos US$ 18,1 bilhões de títulos corporativos negociados diariamente nos Estados Unidos, que teve US$ 7,7 trilhões de títulos corporativos em 30 de setembro, de acordo com a Securities Industry and Financial Markets Association, conhecida como Sifma.
Há uma cultura de comprar e segurar o título entre gerentes de carteira no Brasil, disse Fleury. Com a vinda de investidores estrangeiros, haveria mais liquidez, disse ele.