Larry Fink, CEO da BlackRock (BLK), afirmou nesta segunda-feira, 7, que os presidentes das empresas já acreditam que os Estados Unidos estão em uma recessão. Segundo Fink, "eles [os CEOs] estão chocados e estão questionando as políticas econômicas. Eles também querem pensar em como fazer acordos com os EUA para gerenciar isso e seguir em frente. Alguns vão se adaptar, outros vão retaliar, como a China", disse.
Fink ressaltou que 62% dos americanos possuem ações, o que significa que uma parte considerável da população está diretamente exposta aos impactos do mercado financeiro.
No entanto, ele acredita que muitos desses investidores não compreendem plenamente o impacto que as tarifas comerciais terão sobre suas finanças pessoais e o mercado em geral. A medida, que tem sido uma das principais estratégias econômicas do governo, pode afetar mais do que se imagina, e essa falta de compreensão pode criar surpresas indesejadas para os consumidores e investidores.
"A economia está enfraquecendo enquanto falamos", disse ele.
Fink ainda afirmou que o governo "precisa cumprir as promessas de políticas pró-crescimento", como cortes de impostos, desregulamentação e simplificação dos processos de licenciamento para grandes projetos de infraestrutura. Ele já havia mencionado esse ponto anteriormente, enfatizando que essas medidas são essenciais para o fortalecimento da economia.
É importante observar que, ao defender essas políticas, Fink também ressalta os benefícios para sua própria empresa. A BlackRock comprometeu quase US$ 30 bilhões em uma série de aquisições, o que consolidou a firma como um grande player nos mercados privados, incluindo o setor de infraestrutura.
Juros nos EUA
A trajetória das taxas de juro e o comportamento do mercado financeiro também continuam sendo temas centrais nas discussões econômicas deste ano.
Fink afirmou em evento em Nova York que vê "0% de chance" de o Federal Reserve (Fed) realizar cortes significativos nas taxas de juro nas próximas reuniões, como muitos investidores esperavam. Essa previsão indica que, ao contrário do que alguns prognósticos indicavam, os cortes não devem ser profundos nem rápidos.
Apesar dessa perspectiva, Fink vê o cenário atual como uma possível oportunidade de compra para aqueles que buscam valor no longo prazo. Ele ressalta, no entanto, que isso não significa que o mercado não possa enfrentar mais uma queda de até 20% em algum momento. A volatilidade segue alta e o risco de movimentos inesperados no mercado continua a ser motivo de preocupação.