Jamie Dimon, CEO do JPMorgan (Tiffany Hagler-Geard/Bloomberg/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 26 de setembro de 2023 às 12h46.
Última atualização em 26 de setembro de 2023 às 17h55.
O mundo pode não estar preparado para o pior cenário para a trajetória de política monetária nos Estados Unidos: juros a 7% e economia americana em estagflação. A avaliação é de Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, que falou ao Times of India.
“Warren Buffett diz que você descobre quem está nadando nu quando a maré baixa. Essa será a maré baixando”, disse Dimon em visita a Mumbai para uma cúpula de investidores do JPMorgan.
Dimon disse que os juros podem precisar subir mais para combater a inflação, e acrescentou que a diferença entre 5% e 7% seria mais dolorosa para a economia do que foi passar de 3% para 5%.
Os comentários de Dimon ajudaram a fortalecer o dólar no mercado de câmbio internacional, disse Christopher Wong, estrategista de câmbio do Oversea-Chinese Banking Corp., em Singapura.
Se a taxa básica americana subisse para 7%, isso teria sérias fortes implicações para as empresas e consumidores americanos. Os economistas já estimam a probabilidade de uma recessão nos EUA nos próximos 12 meses em 60%, e a Bloomberg Economics prevê uma contração ainda este ano.
“Passar de zero para 2% foi quase como não aumentar. Ir de zero a 5% pegou algumas pessoas desprevenidas, mas ninguém teria dito que 5% era impossível”, disse Dimon. “Não tenho certeza se o mundo está preparado para 7%.”
O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que as futuras decisões sobre juros serão baseadas nos dados.
“O mundo certamente não está preparado para uma taxa de 7% do Fed”, disse Charlie Jamieson, diretor de investimentos da Jamieson Coote Bonds, em entrevista à Bloomberg Television. “Nesse nível, teríamos uma reversão deflacionária de ativos, que iria estourar muitas bolhas de ativos, simplesmente não seria sustentável.”