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CEO do J.P. Morgan alerta o mercado: "é um erro achar que está tudo ótimo"

Jamie Dimon compara alta das ações com uma "pequena droga" que gera otimismo no mercado, mas consequências de estímulos passados ainda preocupam executivo

Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan

Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan

Publicado em 18 de janeiro de 2024 às 10h14.

Última atualização em 18 de janeiro de 2024 às 10h16.

As projeções de alta para as bolsas de Nova York e de uma longa sequência de cortes de juros nos Estados Unidos não têm convencido Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan. O banco americano tem se posicionado entre os mais pessimistas para este ano e, em Davos, seu principal executivo alertou para o risco de estar otimista demais com o rumo dos mercados.

"É um erro assumir que está tudo ótimo", afirmou Jamie Dimon em entrevista à CNBC, em Davos. "A alta das ações é como se fosse uma pequena droga que faz todos nós acharmos que está ótimo. Mas lembre-se, tivemos muitos estímulos fiscais e monetários, por isso estou um pouco mais cauteloso." O S&P 500 subiu 22% em 2023, a despeito dos temores de recessão — 13,7% somente nos últimos dois meses.

Além dos riscos financeiros, Dimon alertou para o contexto geopolítico, que observa com cautela. "Essas forças são muito poderosas e nos afetarão em 2024 e 2025."

A projeção do J.P Morgan é de que o S&P 500, principal índice de ações dos Estados Unidos, fechará o ano a 4.200 pontos, 12% abaixo do encerrado em 2023. A estimativa é pior que a do consenso da FactSet, que prevê uma alta próxima de 6%.

Apesar da expectativa de queda de juros, na avaliação do J.P. Morgan, o pior do aperto monetário ainda está por vir.

Motivos de cautela

"Não estamos otimistas quanto ao desempenho dos ativos de risco e às perspectivas macro para os próximos 12 meses. A principal razão é que o choque nas taxas de juro (ao longo dos últimos 18 meses) terá um impacto negativo na atividade", afirma em relatório Marko Kolanovic, estrategista-chefe de mercados globais e co-diretor global de research do J.P. Morgan.

Outro banco que tem demonstrado maior cautela é o Goldman Sachs, que alertou no início da semana para a alta do endividamento do governo americano. "É um grande risco com o qual teremos que lidar", afirmou David Salomon, CEO do Goldman Sachs, em entrevista.

A dívida dos Estados Unidos terminou 2023 próxima de US$ 32 trilhões, 19% acima dos níveis pré-pandemia e dobro do que era em 2009, logo após a crise do subprime. Com a dívida mais alta, parte dos investidores vê maior probabilidade de um aumento dos prêmios de risco nas taxas de juros americanas.

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