Invest

'Cenário geopolítico está piorando', alerta CEO do JPMorgan ao falar sobre guerras

Jamie Dimon destaca instabilidade internacional como maior ameaça para a economia e alerta para prolongamento da guerra entre Rússia e Ucrânia

CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, aponta que a geopolítica tem aumentado a incerteza pelo mundo. (Jason Alden/Bloomberg/Getty Images)

CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, aponta que a geopolítica tem aumentado a incerteza pelo mundo. (Jason Alden/Bloomberg/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 24 de setembro de 2024 às 11h11.

Última atualização em 24 de setembro de 2024 às 11h13.

O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, voltou a destacar a geopolítica como o principal risco para o cenário global, afirmando que a situação internacional tem se agravado. Em entrevista concedida à CNBC durante sua visita à Índia, Dimon ressaltou que o aumento das tensões políticas e econômicas entre países pode impactar diretamente a economia global.

De acordo com Dimon, a geopolítica não melhorou no último ano, trazendo novas incertezas sobre o fornecimento de energia e a possibilidade de mais conflitos armados ao redor do mundo. Ele mencionou ataques a petroleiros no Mar Vermelho, realizados pelo grupo rebelde Houthi, como exemplo dos riscos que ameaçam a estabilidade global.

Em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia, o executivo fez um alerta específico ao governo dos Estados Unidos, pedindo que o país se prepare para um conflito prolongado. Segundo ele, a continuidade da guerra poderá trazer consequências significativas não apenas para a Europa, mas para o mundo como um todo.

Maior risco que a inflação e recessão

A preocupação de Dimon com a geopolítica não é recente. No ano passado, logo após a invasão russa na Ucrânia, ele classificou o cenário geopolítico como o maior risco global, superando questões como alta inflação ou recessão nos Estados Unidos. Esse alerta veio em um momento em que as sanções econômicas impostas à Rússia já começavam a afetar os mercados globais de energia e commodities, intensificando a volatilidade econômica.

Na entrevista recente, Dimon reforçou que o cenário de incerteza geopolítica continua sendo o principal motivo de preocupação, sugerindo que a escalada de conflitos pode desencadear "acidentes" no fornecimento global de energia. Ele acrescentou que outros países poderiam se envolver nos conflitos em curso, ampliando as consequências negativas para a economia mundial.

Economia dos EUA sob pressão

Dimon também comentou sobre a economia dos Estados Unidos, demonstrando cautela em relação ao otimismo dos mercados. Na última semana, o Federal Reserve realizou um corte significativo nas taxas de juros, a primeira redução desde março de 2020. Apesar disso, o CEO do JPMorgan alertou que os mercados estão precificando cenários que podem não se concretizar, sugerindo que o otimismo atual pode ser exagerado.

Embora o índice S&P 500 tenha alcançado uma nova máxima no fechamento de segunda-feira, 23, Dimon expressou ceticismo sobre o futuro da economia norte-americana no curto prazo. Ele se posicionou entre aqueles que veem com cautela o futuro econômico, afirmando que, enquanto otimista no longo prazo, sua visão é mais conservadora em relação ao que está sendo projetado no momento.

Acompanhe tudo sobre:JPMorganEstados Unidos (EUA)EconomiaCEOsFed – Federal Reserve System

Mais de Invest

Ibovespa opera de lado com mercado repercutindo IBC-Br acima do esperado

Informações sobre possíveis valores do pacote fiscal, IBC-Br e Powell: o que move o mercado

Amazon encerra streaming gratuito e gera especulações sobre demissões no entretenimento

Boeing começa a emitir avisos de demissão; plano é cortar 17 mil vagas