Notas de dólares: a divisa norte-americana encerrou as negociações desta terça-feira cotada a R$ 2,040 no mercado de balcão (Images of Money / Flickr)
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 16h38.
São Paulo - O dólar manteve-se em alta durante toda a segunda parte da sessão. A moeda abriu em baixa e inverteu a trajetória antes do início da tarde, com a sinalização do Banco Central de que não há perspectiva de novos leilões.
Também impulsionaram os ganhos do dólar nesta terça-feira a compra de moeda por parte de importadores, que viram a taxa ficar atraente em face do recuo da véspera para o menor nível desde 31 outubro de 2012, e a cautela dos investidores, principalmente estrangeiros, com a perspectiva de o superávit primário neste ano e o desempenho negativo dos índices acionários no exterior.
A partir da observação de fonte do BC, de que não há pretensão de novas vendas de dólares com recompra, conhecidos como leilões de linha, o entendimento por parte dos agentes financeiros é que, diferentemente do final de 2012, agora não está havendo demanda para este tipo de operação. Segundo a fonte, as operações que vencem nos próximos 60 dias equivalem a cerca de US$ 5,5 bilhões.
No encerramento de 2012, a forte procura das corporações por moeda para honrar compromissos externos foi atendida, em grande medida, pelos leilões de linha, que eram considerados uma ferramenta temporária e, que na última semana do ano, conduziram o dólar do nível de R$ R$ 2,077, no dia 24 de dezembro, para R$ 2,045 em 28 do mesmo mês.
As críticas em torno de como o governo realizou superávit primário em 2012 e a perspectiva para este ano também acabam gerando incertezas, citou um estrategista, mencionando principalmente cautela da parte do investidor internacional.
O dólar à vista fechou cotado a R$ 2,040, com alta de 0,44%, no mercado de balcão, pouco abaixo da máxima do dia, de R$ 2,041. Na mínima, tocou R$ 2,021. Da mínima para a máxima, a oscilação da moeda foi de quase 1,0%.
Na BM&F, o dólar pronto fechou na máxima, a R$ 2,040, com alta de 0,68%, e sete negócios (dado preliminar). O giro financeiro à vista somava US$ 1,725 bilhão perto das 16h30. No mesmo horário, o dólar para fevereiro operava em R$ 2,0465, com alta de 0,52%.
As incertezas no exterior também pesam no ambiente doméstico. Mais cedo, as conversas sobre um rebaixamento da França ajudaram a puxar a alta do dólar ante o real. O dólar Index, que mede a variação do dólar ante uma cesta de moedas, permaneceu em alta à tarde, e o dólar norte-americano mostrava avanço ante as moedas de elevada correlação com os preços das commodities.
No período da manhã, dado de inflação da FGV, mostrando alta de 0,77% do IPC-S na primeira quadrissemana de janeiro, ante 0,66% no período anterior, contribuiu para o movimento de declínio do dólar, com o predomínio de que um dólar mais fraco favorece o gerenciamento da política monetária.