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Cartada de Eike reduz risco em ações da OGX, dizem analistas

Mercado temia que a queima de caixa prejudicasse o futuro da empresa


	Com aporte de US$ 1 bilhão, Eike resgata confiança do investidor na OGX
 (Fernando Cavalcanti/EXAME)

Com aporte de US$ 1 bilhão, Eike resgata confiança do investidor na OGX (Fernando Cavalcanti/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2012 às 14h34.

São Paulo – A última cartada de Eike Batista para resgatar a confiança do mercado em sua petroleira parece ter funcionado. Segundo analistas, o anúncio de investimentos de até 1 bilhão de dólares do controlador da OGX reduz o risco das ações, que hoje reagiram com forte alta na BM&FBovespa. Na máxima do dia, as ações chegaram a uma alta de 7,56%, negociadas a 4,98 reais.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de quarta-feira, Eike informou que a empresa terá o direito de exigir que ela subscreva novas ações ordinárias ao preço de exercício de 6,30 reais cada, até o limite máximo do valor anunciado. As opções poderão ser exercidas até 30 de abril de 2014.

A confiança dos investidores na empresa corroeu em junho, quando os papéis despencaram 41% em apenas uma semana.O mercado recebeu mal o detalhamento sobre a vazão muito abaixo do esperado de dois poços no Campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos. Além disso, atrasos na produção minaram ainda mais o crédito da empresa na bolsa.

“Seguidas reduções nas projeções de produção e a consequente pequena geração de caixa levaram a empresa a anunciar uma significante queda nos investimentos em exploração em uma tentativa de amenizar a queima de dinheiro no curto prazo, pelo menos até a produção realmente crescer”, ressalta a analista Paula Kovarsky, do Itaú BBA.

Confiança

O medo de que o dinheiro em caixa não fosse suficiente para seguir com as operações até o momento de a empresa produzir mais pode ter sido reduzido um pouco com o novo comprometimento de Eike com a companhia. “Acreditamos que o movimento busca reduzir as preocupações dos investidores sobre a sustentabilidade da posição de caixa da OGX e a sua habilidade de levantar mais dinheiro caso necessário”, afirma Paula.


O Itaú BBA projeta um preço justo de 13,20 reais para os papéis da OGX para o final de 2013, o que sugere um potencial de valorização de 185%. A recomendação é de desempenho acima da média.

“Sem a opção, o perfil de risco da empresa, em nossa visão, poderia subir rapidamente nos próximos doze meses”, explicam os analistas Frank McGann e Conrado Vegner, do Bank Of America Merrill Lynch.

Segundo eles, a atitude do bilionário é positiva já que uma de suas maiores preocupações no médio prazo para a OGX têm sido a necessidade de financiamento enquanto a empresa caminha para desenvolver mais rapidamente seus ativos. O banco lembra ainda que a opção de comprar as ações a 6,50 reais também pode ser estendida aos minoritários, o que pode aumentar a captação para até 1,6 bilhão de dólares.

“Dado que os acionistas minoritários também poderiam participar de qualquer aumento de capital, o risco de diluição para eles é eliminado. Se os minoritários não participarem inteiramente na operação então, é claro, a participação dos controladores aumentaria e o percentual em circulação cairia”, ressaltam McGann e Vegner. O banco reiterou a recomendação de desempenho abaixo da média do mercado e o preço-alvo de 5 reais.

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