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Captação de empresas no mercado de capitais aumenta 59%

Debêntures foram instrumentos mais utilizados pelas companhias, mas volume das ofertas de ações também disparou

IPO do Burger King: uma das 26 operações realizadas em 2016 (B3/Divulgação)

IPO do Burger King: uma das 26 operações realizadas em 2016 (B3/Divulgação)

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 9 de janeiro de 2018 às 15h07.

As emissões das empresas brasileiras no mercado de capitais atingiram R$ 198,9 bilhões em 2017, com alta de 59% na comparação a 2016, de acordo com o boletim divulgado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O número de operações realizadas no período avançou 12%, totalizando 729 ofertas no ano passado contra 649 no período anterior.

“As quedas da inflação e dos juros estimularam as companhias a retomarem o acesso ao mercado de capitais, contribuindo para a recuperação do ambiente de negócios no país”, afirma José Eduardo Laloni, diretor da associação. “Grande parte dos recursos captados foram destinados à melhora da estrutura de endividamento das empresas e à retomada dos investimentos”, completa.

Segundo a Anbima, ainda que o nível da atividade econômica do Brasil não tenha apresentado em 2017 uma recuperação satisfatória, as captações das empresas domésticas sinalizam uma melhora do ambiente para negócios no país, com grande parte dos recursos sendo destinados à melhora do perfil de endividamento das companhias, dado o cenário de menores taxas de juros, e à retomada dos investimentos, fator necessário para impulsionar o crescimento, em conjunto com o aumento do consumo das famílias.

Debêntures isentas dobram de volume

As debêntures foram os instrumentos mais utilizados pelas companhias brasileiras em 2017, com participação de 44% sobre o total captado. No ano, foram levantados R$ 88,2 bilhões, 45% mais que em 2016. Deste total, R$ 8,9 bilhões foram ofertas de debêntures de infraestrutura (Lei 12.431), que registraram aumento de 99% sobre o período anterior.

Ofertas de ações crescem 160%, para 26

As ofertas de ações também se destacaram no ano passado e ocuparam a segunda colocação entre as escolhas das empresas ao levantarem recursos no mercado de capitais. O volume de R$ 40,1 bilhões foi 274% maior que o captado em 2016. Quanto ao número de operações (total de 26, entre ofertas iniciais e subsequentes), o crescimento foi de 160%.

LCI e LCA aumentam em 67% a oferta e CRA diminui

Entre os demais instrumentos, as notas promissórias, as letras financeiras e os fundos de investimentos em direitos creditórios (Fidcs) também foram mais utilizados pelas companhias em 2017 na comparação ao ano anterior, com altas de 192%, 67% e 225%, respectivamente. Os certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) registraram ligeira queda nas captações (R$ 11,8 bilhões contra R$ 13,1 bilhões de 2016), assim como os imobiliários (CRIs) e os Fundos de Investimentos Imobiliários.

Captações no exterior crescem 51%

No mercado internacional, as empresas brasileiras captaram R$ 104,1 bilhões no ano passado, com crescimento de 51% em relação a 2016. Entre as operações, destaque àquelas realizadas com títulos de renda fixa, que somaram R$ 100 bilhões, 54% acima de 2016.

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