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Caos em Brasília, bolsa em queda no exterior, AGE da Gafisa e o que mais move o mercado

Presidente Lula recebe apoio de líderes internacionais e do Congresso após ataques às sedes dos Três Poderes

Caos em Brasília: bolsonaristas atacam sedes dos Três Poderes (Joedson Alves/Anadolu Agency via/Getty Images)

Caos em Brasília: bolsonaristas atacam sedes dos Três Poderes (Joedson Alves/Anadolu Agency via/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 9 de janeiro de 2023 às 07h56.

Última atualização em 9 de janeiro de 2023 às 08h48.

Ataques de bolsonaristas às sedes dos Três Poderes no fim de semana se traduzem em maior percepção de risco e incerteza nos primeiros negócios desta segunda-feira, 9. O EWZ, ETF brasileiro negociado nos Estados Unidos, cai pouco mais de 1% no pré-mercado americano, enquanto investidores tentam decifrar os efeitos das manifestações antidemocráticas, que se alastram nesta manhã para outras regiões do Brasil. As ADRs da Petrobras, principal estatal do país, caem na mesma magnitute, na contramão da valorização do petróleo.

Policiais militares, que deveriam conter a radicalização dos protestos de ontem, foram vistos fazendo "selfies" ao lado da depredação dos principais prédios da República. As cenas provocaram a exoneração do secretário de Segurança do Distrito Federal (DF) e o afastamento temporário, pelo STF, do governador do DF, Ibaneis Rocha.

"Provavelmente a situação será superada, mas serão dias tensos nos mercados e na nação", disse em nota o economista André Perfeito.

"Três Poderes mais unidos do que nunca"

Apesar de toda a barbárie, os protestos antidemocráticos serviram para costurar e fortalecer laços políticos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu "punição exemplar" aos envolvidos.

Ex-aliado de Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira propôs uma reunião entre os chefes do Legislativo, Executivo e Judiciário "para deixar absolutamente inquestionável que os Três Poderes estão mais unidos do que nunca a favor da Democracia".

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também condenou os ataques e convocou o Congresso, que estaria de recesso até o início de fevereiro, para funcionar em regime extradinário. O retorno antecipado terá como finalidade apreciar o decreto de Lula, que prevê intervenção federal na segurança do Distrito Federal. 

Apoio internacional

O presidente Lula também recebeu apoio de líderes internacionais. Em mensagem em português no Twitter, o presidente da França, Emmanuel Macron afirmou que pode contar com seu apoio "incondicional". O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou os protestos em Brasília e disse estar "ansioso para continuar trabalhando com Lula". 

Biden, por sinal, sofreu ataques semelhantes de opositores trumpistas antes mesmo de sua posse, há quase exatos dois anos. Apesar de todo o rebuliço causado pela invasão ao Capitólio dos Estados Unidos, a bolsa americana fechou em leve alta naquele dia, com Wall Street separando o ruído do fato. Dois anos depois, pelo menos 978 pessoas foram presas, segundo reportagem da Insider, sem que seus efeitos se alastrassem para o mercado. Até agora, no Brasil, já foram 400 presos, segundo Ibaneis Rocha. 

Gafisa realiza AGE

A Gafisa irá realizar nesta noite a Assembleia Geral Extraordinária (AGE)  para deliberar sobre as acusações da Esh Capital contra a administração da companhia. Na ordem do dia, será pautada a destituição de todo o Conselho Fiscal e Administrativo e penalização de membros da diretoria por supostos "prejuízos causados à companhia em decorrência de atos ilícitos". No último pregão, as ações da empresa tiveram a maior queda de sua história, desabando mais de 25%.

À véspera da AGE, a Gafisa informou que uma decisão do o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo manteve a eficácia do aumento de capital privado, permitindo a emissão de 13,25 milhões de novas ações -- cerca de 33% do capital anterior. O aumento, que seria creditado na última sexta-feira, 5, havia sido barrado por uma liminar do TJ-SP. A operação era um dos questionamentos da Esh Capital a ser debatido na AGE desta segunda. Segundo a gestora, o aumento provocaria uma diluição injustificada do capital da empresa.

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