Roberto Campos Neto, presidente do BC (Andre Coelho/Bloomberg/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 13 de fevereiro de 2023 às 07h32.
Última atualização em 13 de fevereiro de 2023 às 10h19.
Bolsas internacionais iniciaram esta segunda-feira, 13, sem uma direção definida, com investidores à espera da série de dados econômicos que serão divulgados durante a semana. O mais aguardado no exterior é o Índice de Preço ao Consumidor americano (CPI, na silga em inglês), previsto para amanhã. A expectativa é de mais um mês de desinflação nos Estados Unidos, que, se confirmada, deverá contribuir para as apostas de um Federal Reserve mais brando.
Desempenho dos indicadores às 7h30 (de Brasília):
No Brasil, o Banco Central irá divulgar nesta manhã o boletim Focus de projeções do mercado para os principais indicadores da economia brasileira. Investidores estarão atentos ao comportamento das expectativas de inflação, diante das discussões de reajustes de metas. Segundo o próprio BC, a possibilidade de alteração pode estar contribuindo para a deterioração das expectativas.
Notícias de que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, se posicionaria à favor da revisão das metas de inflação para cima provocaram forte aversão ao risco no mercado local na semana passada, com queda da bolsa e alta do dólar.
O Conselho Monetário Nacional (CMN), que define as metas, tem encontro marcado para esta quinta-feir,a 16. Além do presidente do BC, compõem o CMN o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a do Planejamento, Simone Tebet.
Após os ruídos da semana passada, Campos Neto deverá ser colocado na parede em entrevista ao Roda Viva nesta noite. A entrevista vai ao ar às 22h e será uma rara oportuniade de ouvir o presidente do BC, que diferentemente de outros banqueiros centrais, não costuma conceder coletivas de imprensa.
Além do debate sobre as metas de inflação, são aguardadas perguntas sobre sua relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nas nas últimas semanas, o chefe do Executivo criticou abertamente a condução de Campos Neto no BC e questionou a eficiência da independência da autarquia. Dependendo do tom, os impactos desta noite deverão reverberar sobre o mercado no dia seguinte.
O presidente do Conselho da Marisa (AMAR3), Marcelo Doll Martinelli, pediu renúncia ao cargo, que será assumido por João Pinheiro Nogueira Batista. A empresa também anunciou o pedido de renúncia do membro do Conselho Dilson Batista dos Santos Filho, que será substituído por Luis Paulo Rosenberg.
As trocas ocorrem menos de uma semana após a renúncia do CEO Adalberto Pereira Santos, substituído pelo então vice-presidente comercial Alberto Kohn de Penhas, que, segundo o jornal O Globo, é investegado por insider trading. Marcelo Adriano Casarin, então membro do conselho, também pediu renúncia na semana passada.
As mudanças ocorrem em meio à queda de mais de 90% das ações desde o início da pandemia. A empresa, hoje, vale R$ 260 milhões, menos da metade de sua dívida líquida de R$ 570 milhões.
O Banco do Brasil (BBAS3) irá divulgar seu resultado do quarto trimeste após o encerramento do pregão de hoje. Balanços do setor já divulgados foram marcados pelas provisões contra perdas em empréstimos para a Americanas. O Bradesco, um dos mais afetados, viu suas ações desabarem mais de 8% na sexta-feira, 10, após a divulgação de seu resultado.
Nesta manhã, foi a vez do BTG Pactual (BPAC11, do mesmo grupo controlador da Exame) apresentar seu resultado. O banco registrou um lucro líquido contábil de R$ 2,35 bilhões no último trimestre, 30% acima do apresentado no mesmo período do ano passado.