Agenda do investidor: Lula e Haddad estarão no Brics (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 19 de agosto de 2023 às 10h02.
Evento anual do Fed em Jackson Hole e encontro dos BRICS movimentam a semana, que ainda terá IPCA-15 e reunião sobre o arcabouço fiscal. Veja destaques:
O simpósio anual do Fed em Jackson Hole concentra as atenções do mercado, em meio à expectativa de que as taxas nos EUA ainda podem subir mais uma vez até o fim do ano e permanecerem elevadas por mais tempo — diante da persistência inflacionária e resiliência da economia. O presidente Jerome Powell fala na sexta-feira, dia 25, com discurso previsto para 11:05. Bloomberg Economics espera que ele enfatize a necessidade de manter as taxas mais altas por mais tempo para conter a inflação de forma duradoura. Ainda nos EUA, saem dados de bens duráveis, venda de casas e sentimento da University of Michigan, que inclui expectativas para a inflação.
Autoridades chinesas aceleraram medidas nos últimos dias para fortalecer os mercados financeiros, em um sinal de que o governo de Pequim se sente cada vez mais desconfortável com o ritmo de queda dos índices acionários e do yuan, à medida que os problemas no mercado imobiliário se acumulam. Os movimentos complementaram o corte surpresa da taxa de juros pelo Banco Popular da China nesta semana, que foi a maior redução desde 2020, e a sua indicação para o fixing do yuan mais forte de todos os tempos nesta sexta. Bancos chineses devem reduzir a taxa prime dos empréstimos em 15 pontos básicos.
O IPCA-15 na sexta-feira deve trazer mais elementos sobre o comportamento da inflação, em meio a queda das apostas em aceleração do ritmo de flexibilização monetária. Bloomberg Economics espera um pequeno aumento na inflação, com o núcleo de médias aparadas subindo para uma faixa de 0,25-0,35% e a difusão em torno de 55%. A inflação de serviços deve superar o índice. A curva do DI precifica cerca de 57 pontos de corte em setembro, de 60 pontos depois da ata do Copom. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a barra para mudanças para cima ou para baixo de 0,50pp é alta, em entrevista ao Poder360 na quinta-feira. Saem ainda confiança do consumidor da FGV e os dados do setor externo do BC. Dólar chegou a tocar o nível psicológico de R$ 5,00 na sexta-feira.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, marcou para a segunda-feira reunião de líderes sobre o arcabouço fiscal — após adiamento devido à insatisfação de deputados com falas do ministro Fernando Haddad. Se houver acordo, texto pode ser votado no dia seguinte, afirmou. A chance de a Câmara não votar o arcabouço fiscal neste mês é zero, diz o Valor, que cita pessoas próximas a Lira. O cenário mais provável, segundo a reportagem, é que a proposta passe, mas sem as modificações feitas no Senado e que elevariam as despesas.
Outro tema ainda pendente — e que ajuda a manter a relação Executivo-Legislativo sob tensão — são as mudanças no ministério prometidas por Lula para acomodar o centrão na base aliada. Uma definição pode ocorrer antes da viagem do presidente para África do Sul, onde participa da cúpula dos BRICS. Haddad estará na comitiva. O bloco discutirá, entre outros assuntos, o aprofundamento do uso de moedas nacionais no comércio entre os países membros.