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Burger King (Zamp): dona das marcas ainda não decidiu se permitirá uso pelo Mubadala

Até o momento, RBI, dona americana das marcas Burguer King e Popeys, ainda pode rescindir contrato em caso de troca de controle

Burger King na Praça Panamerica, em São Paulo (Eduardo Frazão/Exame)

Burger King na Praça Panamerica, em São Paulo (Eduardo Frazão/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 31 de agosto de 2022 às 11h56.

Última atualização em 31 de agosto de 2022 às 12h17.

A aquisição do controle da Zamp (ex-Burger King Brasil) pelo fundo Mubadala ganhou um novo capítulo que pode tornar ainda mais desafiador o sucesso da operação: a possibilidade de a compra da empresa ser seguida do contrato de uso de marcas que estão sob seu domínio no país. A possibilidade foi sondada em carta da Restaurant Brands International (RBI), dona das marcas Burger King e Popeyes, divulgada nesta quarta-feira, 31.

"Não temos informações suficientes com relação à estrutura, administração e atividades comerciais da ofertante, suas Afiliadas e seus respectivos beneficiários finais para determinar se a transferência do controle do franqueado master [Zamp] para a ofertante [Mubadala] resultará na rescisão antecipada ou em qualquer alteração das disposições dos contratos", afirmou a RBI em fato relevante divulgado pela Zamp.

Nessas disposições estão incluídas, entre outros termos, restrições à transferência e cessão de obrigações e de não concorrência.

A RBI ainda informou que está fazendo uma due diligence sobre a oferta. O processo, ainda ainda não foi concluído, por ser algo "complexo e demorado", segundo o grupo americano.

Além de se reservar o direito de cancelar os contratos, o RBI indicou que, mesmo que o Mubadala mude a estratégia da Zamp na eventual aquisição do controle, a cobrança pelo uso de suas marcas continuará sendo realizado. Tudo de acordo com os contratos vigentes.

"A renúncia pelo BK ou pelo PLK, conforme aplicável, de qualquer violação ou inadimplência específica pelo Franqueado Master não afetará ou prejudicará os direitos do BK ou do PLK", afirmou o RBI.

Como o RBI ainda não deu uma resposta definitiva para a operação, ainda há espaço para negociação para o Mubadala.

Oferta pelo controle

O fundo Mubadala ofereceu R$ 7,55 por ação da Zamp em OPA para a aquisição 124,3 milhões de ações, o equivalente a 45,15% dos papéis da companhia. Com a compra, o Mudabala elevaria sua participação para 50,10%, sendo R$ 938,6 milhões o valor pago pela aquisição.

O preço considerava um prêmio de 21,4% em relação à cotação do fechamento anterior à divulgação da oferta, no início de agosto. preço por ação é de R$ 7,55, totalizando o valor de R$ 938,6 milhões pela aquisição.

O Conselho de Administração da Zamp, contudo, emitiu um parecer contrário à OPA, com base no laudo de valor justo realizado por uma terceira parte independente. Segundo o BTG Pactual, contratado para a realização do laudo, o preço justo para a realização da OPA seria entre R$9,96 e R$13,47.

Antes da pandemia, os papéis da companhia eram negociados próximos de R$ 15 a R$ 17.

O leilão da oferta da Mubadala está previsto para ser realizado na B3 no dia 15 de setembro. A liquidação da oferta está marcada para 26 de setembro.

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