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Buffett reduz participação na Apple em R$ 320 bilhões, mas analistas mantêm otimismo

Investidores são aconselhados a manter a calma após venda de ações pela Berkshire Hathaway, que ainda mantém a Apple como sua maior posição individual

Analistas mantém o otimismo com a Apple e acreditam em 'movimento para aproveitar oportunidades' de Buffet. (Future Publishing/Getty Images)

Analistas mantém o otimismo com a Apple e acreditam em 'movimento para aproveitar oportunidades' de Buffet. (Future Publishing/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 5 de agosto de 2024 às 06h51.

A decisão de Warren Buffett de reduzir a participação da Berkshire Hathaway na Apple em quase 40% durante o segundo trimestre de 2024 gerou uma onda de especulações entre investidores e analistas do mercado financeiro. A posição, que valia cerca de US$ 140 bilhões (aproximadamente R$ 803 bilhões), agora está em torno de US$ 84 bilhões (cerca de R$ 482 bilhões). Essa movimentação ocorreu num momento em que as ações da Apple experimentaram uma alta significativa, aumentando 23% no período e elevando o índice S&P 500 a novos patamares. Em um mercado marcado por incertezas econômicas globais, a decisão de Buffett é vista por muitos como uma medida de precaução, destinada a proteger o portfólio da Berkshire contra potenciais riscos. As informações são da Bloomberg.

Apesar da venda, a Apple continua a ser a maior posição individual na carteira da Berkshire Hathaway, o que sugere que Buffett ainda vê a empresa como um investimento de longo prazo valioso. Analistas destacam que a redução pode ser mais sobre reequilibrar o portfólio do que uma perda de confiança na Apple. A gigante tecnológica, que recentemente anunciou uma série de inovações e novos produtos, incluindo avanços em inteligência artificial, continua a ser uma das empresas mais valiosas e inovadoras do mundo. O mercado permanece confiante de que a Apple ainda tem um potencial significativo para crescimento futuro, com novos ciclos de produtos que podem continuar a impulsionar suas receitas.

A Apple enfrenta desafios no mercado chinês, um de seus principais mercados, onde as receitas caíram 6,5% no último trimestre, totalizando US$ 14,7 bilhões (cerca de R$ 84,3 bilhões), abaixo das expectativas dos analistas. Esse desempenho fraco na China foi um dos fatores que contribuíram para a decisão de Buffett de reduzir a participação na empresa, embora a Apple tenha demonstrado uma recuperação geral em suas finanças.

Lucro de US$ 80,9 bilhões

Para o segundo trimestre de 2024, a Apple reportou um lucro líquido de US$ 80,9 bilhões (cerca de R$ 464 bilhões), superando as expectativas dos analistas. No entanto, as vendas líquidas caíram 46,5% em comparação com o ano anterior. A venda de unidades do principal produto da Apple, o console Switch, totalizou 2,1 milhões de unidades, uma queda de 46% em relação ao ano anterior. A queda nas vendas de hardware é uma preocupação contínua para a empresa, que está apostando em novos lançamentos e atualizações para reverter essa tendência.

O cenário econômico global também influenciou a decisão de Buffett. Dados de empregos piores do que o esperado nos Estados Unidos aumentaram os temores de que o Federal Reserve tenha demorado demais para começar a reduzir as taxas de juros. Grandes empresas de tecnologia como Microsoft, Amazon e Alphabet também sofreram quedas significativas em seus valores de mercado, refletindo a incerteza geral entre os investidores.

Apesar dos desafios, muitos analistas permanecem otimistas quanto ao futuro da Apple. A empresa continua a investir pesadamente em novas tecnologias, incluindo inteligência artificial, que são vistas como motores potenciais de crescimento futuro. A introdução de novos produtos e serviços nos próximos meses é esperada para impulsionar as vendas e aumentar a confiança dos investidores.

Além da Apple, a Berkshire Hathaway também reduziu sua participação no Bank of America, vendendo 8,8% de suas ações desde meados de julho. Alguns veem isso como um sinal de que Buffett não está preocupado com problemas específicos em nenhuma das empresas, mas sim apostando que o consumidor americano e a economia em geral estão prestes a enfrentar uma desaceleração. A estratégia de Buffett de levantar caixa agora pode ser interpretada como uma preparação para comprar empresas a preços mais baixos no futuro, aproveitando as oportunidades que surgirem em meio a uma potencial recessão.

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