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BTG Pactual revisa projeção da Selic para 7,5% no fim do ano

Mudança foi reforçada pela alta da inflação, que também se refletiu nas recomendações do banco para alocação em crédito privado

Sede do banco BTG Pactual em São Paulo | Foto: Leandro Fonseca/EXAME (Leandro Fonseca/Exame)

Sede do banco BTG Pactual em São Paulo | Foto: Leandro Fonseca/EXAME (Leandro Fonseca/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 2 de julho de 2021 às 06h15.

O BTG Pactual (BPAC11) revisou sua projeção para a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual para cima. O banco (do mesmo grupo controlador da Exame) divulgou relatório nesta quinta-feira, 1º de julho, elevando a projeção da taxa de 6,5% para 7,5% ao fim deste ano e em 2022. O boletim Focus, que apura a mediana das expectativas do mercado, da última semana estima que fique em 6,50% tanto neste ano quanto no seguinte.

A mudança acompanha a aceleração das expectativas de inflação inflação para 2021 e 2022, o que, na visão da equipe econômica do banco, pode requerer uma alta ainda mais acelerada da Selic. A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – neste ano sofreu um aumento de 5,90% para 5,97% segundo as previsões do Focus. A meta para inflação, estabelecida pelo Banco Central, é de 3,75% para este ano.

Considerando o cenário, o banco reforça a recomendação de compra de títulos IPCA+ intermediários, com duração de três a cinco anos, para estratégias de crédito. Isso por causa da taxa nominal atrativa e da proteção contra a inflação. 

Houve também uma elevação da avaliação sobre os papéis de crédito de duração mais longa, de cinco a sete anos. A avaliação dos analistas é que os prêmios de crédito nessa região da curva ficaram mais atrativos do que os ofertados por pares com duração intermediária, mais curta. 

“O movimento de compressão dos prêmios de crédito na parte mais curta da curva de juros reais não está relacionado ao risco de crédito das empresas, mas, sim, ao aumento dos juros curtos. O movimento foi ‘técnico’ e é natural por conta da maior demanda por papéis com duration intermediária”, afirmam os analistas.

Para papéis curtos, com duração inferior a um ano, o ideal é vender ou não adquirir. E, para os títulos muito longos (duração acima de sete anos), os analistas recomendam manter o papel. Para quem ainda não tem o título na carteira, a compra só deve ser considerada em casos de oportunidades de destaque. 

Já para os produtos atrelados ao CDI, os recentes aumentos da Selic ainda não levaram a uma compressão relevante dos prêmios de crédito. A partir da constatação, o banco reforçou a recomendação de compra dos títulos, principalmente os de duração curta e intermediária.

“Continuamos enxergando prêmios elevados no curto prazo (mais do que deveriam). Além de capturar a alta do CDI à frente, o investidor que busca papéis atrelados a um percentual do CDI tende a ser beneficiado por um prêmio de crédito maior num horizonte de três a seis meses”, apontam.

O cenário só não é bom para os títulos pré-fixados. Neste caso, quase todas as opções seguem com indicação de venda, exceto para aqueles de média duração, que são recomendados para compra apenas em situações de oportunidade.

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