Executivos do banco BTG: companhia levantou cerca de 160 milhões de dólares em papéis com vencimento em três anos (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2013 às 13h36.
São Paulo - De olho na crescente demanda de investidores internacionais pela diversificação de moedas, o BTG Pactual fez na terça-feira a primeira emissão pública brasileira de bônus no mercado chinês e sinalizou apetite por novas operações do tipo.
A companhia do empresário Andre Esteves levantou um bilhão de renminbi, a moeda chinesa (cerca de 160 milhões de dólares), em papéis com vencimento em três anos. A tranche embutiu rendimento ao investidor de 4,1 por cento.
A operação aconteceu num momento em que se multiplicam no mercado de capitais internacional operações até pouco tempo raras, como companhias domésticas captando em reais no exterior ou em moedas menos líquidas.
Também nesta terça-feira a Cosan anunciou a reabertura uma emissão de 350 milhões de reais no exterior, menos de duas semanas após ter feito emissão global em reais.
"Temos visto mais apetite por emissões em moeda local", disse à Reuters Axel Blikstad, sócio responsável pela gestão de liquidez do BTG Pactual.
Em setembro, o BTG já havia emitido bônus em pesos colombianos em valor equivalente a cerca de 200 milhões de dólares. O banco não descarta "estrear" em outras moedas nos próximos meses, especialmente na Ásia.
O mercado chinês, em particular, tem sido um destino frequente para bancos brasileiros. O Banco do Brasil foi primeiro, em julho. Nos meses seguintes, o Bradesco fez diversas emissões de pequeno porte em renminbi, também com a ideia de diversificar as fontes de financiamento.
A novidade é uma operação acontecer via oferta pública, mostrando que o apetite dos investidores por novos emissores está se espalhando. No caso do BTG, foram mais de 60, o que fez o banco dobrar o montante inicial da oferta.
O movimento acontece num momento em que investidores buscam alternativas, de moedas e de emissores, não apenas como meio de obter maior rentabilidade, mas como meio de se protegerem contra riscos com divisas mais conhecidas, como o euro e o dólar.
Nesta terça-feira, a Pimco, uma das maiores gestoras de recursos do mundo, informou ter reduzido a alocação em euro, em resposta a um planejado imposto sobre depósitos no Chipre e está repensando previsões de quando o bloco começará sua recuperação.