São Paulo - Depois de um 2012 turbulento para os bancos no mundo, muitos dos problemas devem permanecer para os bancos brasileiros agora em 2013. Nesse começo de ano, o BTG reitera sua visão cautelosa em relação ao valuation da maioria dos bancos. Em geral, a opinião dos analistas é de que carregar as ações dos bancos com estratégias de compra ou manutenção não é um caminho sustentável. Para o BTG, os bancos estão num beco sem saída: se os estímulos à economia brasileira realizados pelo governo federal não produzirem os efeitos desejados, as expectativas de crescimento do PIB vão sofrer. Por outro lado, se as medidas forem efetivas, o crescimento da economia vai ser acompanhado provavelmente de uma alta inflação. Ou seja, de qualquer forma, a situação ficaria complicada para os bancos de varejo.
O BTG aumentou a recomendação dos papéis do Santander(SANB11) de venda para neutra. O preço-alvo é de 15 reais por ação - potencial de desvalorização de 0,4% em relação aos preços atuais.
Entre os bancos privados, o Itaú(ITUB4) é o preferido. A recomendação é neutra e o preço-alvo para os papéis é de 32 reais - potencial de desvalorização de 8,15% em relação aos preços atuais.
Em relação ao Bradesco (BBDC4) o BTG se posiciona de forma mais cautelosa, dado seu valor já mais caro na bolsa. Os múltiplos do Bradesco se expandiram em 2012, enquanto o banco superou seus pares privados em desempenho. Dessa forma, o analista acredita que o valuation atual deixa pouco espaço para surpresas positivas e um desempenho ainda melhor. A recomendação é “neutral” e o preço-alvo para os papéis é de 33 reais - potencial de desvalorização de 11,8%.
Em relação aos bancos públicos, a situação é um pouco mais otimista. “Estamos confiantes de que os bancos públicos continuarão no o ritmo de emprestar dinheiro com spreads mais baixos e se os bancos privados não seguirem o exemplo, eles estarão sujeitos a perder uma parcela de mercado”, afirma Marcelo.
O Daycoval (DAYC4) é o preferido entre os bancos médios. “Ele está em ótima forma e pronto para crescer se a economia engrenar”, diz o analista. A recomendação é de compra visto que o BTG acredita que a ação oferece uma relação risco/retorno muito atrativa para quem quer manter os papéis por 12 meses. O preço-alvo é de 12 reais, o que representa um potencial de valorização de 17,9% em relação ao preço atual.
O outro banco médio escolhido é o ABC Brasil(ABCB4), visto que é um banco “extremamente consistente com crescimento moderado de empréstimo, ativos de forte qualidade e adequadas métricas de lucratividade”. O preço-alvo é de 17,50 reais (potencial de valorização de 22,8%) e, embora a recomendação seja de compra, o analista recomenda esperar um melhor ponto de entrada.
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"Alavanca de crescimento de receita está bem endereçada, mas obviamente vai demandar um pouco de tempo para o mercado comprar a tese", diz Renato Franklin