(Victor Moriyama/Bloomberg)
Guilherme Guilherme
Publicado em 27 de maio de 2022 às 12h41.
Última atualização em 27 de maio de 2022 às 12h46.
As ações da BRF (BRFS3) sobem nesta sexta-feira, 27, com investidores reagindo à notícia do Valor de que a companhia decidiu cortar 25% dos cargos de diretoria. Mas analistas do BTG Pactual viram com ressalvas a mudança que teria como objetivo tornar mais ágil a companhia de 90 anos, agora no controle da Marfrig (MRFG3).
"A rotatividade da gestão foi um dos principais desafios enfrentados pela BRF nos ciclos anteriores", disseram em relatório. "Acreditamos que isso tenha sido parte do motivo pelo qual a empresa começou a perder eficiência em sua longa e verticalmente integrada cadeia de produção, o que acabou refletindo em uma alta inflação de custos indiretos e resultados mais fracos, mesmo quando os fundamentos do ciclo da proteína pareciam melhorar"
A empresa teve 5 CEOs Globais, 8 CFOs e 7 CEOs Brasil somente nos últimos dez anos, segundo levantamento do BTG. "Isso foi visível não apenas em cargos C mas também em outros níveis de gerência sênior e intermediário."
O BTG pontua que a recente redução da rotatividade de gestão foi um dos "principais desenvolvimentos" da atual gestão da BRF, que assumiu em 2018. "Acreditamos que a BRF é uma empresa mais forte hoje do ponto de vista operacional do que era há alguns anos."
Apesar da melhora de percepção, o banco mantém recomendação neutra para os papéis.
"A falta de clareza sobre até que ponto a cultura corporativa e a governança da BRF irão mudar [com a Marfrig no controle] ainda é uma das principais razões para nos mantermos neutros."