Mercados

Brasilprev atrai 65 mil novos clientes em 5 meses com fundo popular

Número é sete vezes maior que os 9 mil novos investidores conquistados no mesmo período do ano passado.

BrasilPrev: empresa de previdência privada do Banco do Brasil (Epigram/Divulgação)

BrasilPrev: empresa de previdência privada do Banco do Brasil (Epigram/Divulgação)

TL

Tais Laporta

Publicado em 25 de junho de 2019 às 18h31.

Com um fundo popular que permite investimentos mensais de R$ 100 e uma campanha envolvendo 20 mil funcionários, a Brasilprev, empresa de previdência privada do Banco do Brasil, aumentou em 65 mil o número de aplicadores do início de fevereiro até 20 de junho. O número é sete vezes maior que os 9 mil novos investidores conquistados no mesmo período do ano passado, ou 622% a mais. O objetivo é ampliar a presença da previdência privada no varejo, com uma opção mais acessível de fundo com taxa de administração mais baixa, explica Walter Malieni, presidente da Brasilprev. O fundo Brasilprev Fácil, lançado no fim do ano passado, tem taxa de administração de 2% e, com o crescimento do patrimônio, o investidor pode ter acesso a outros fundos.

Segundo Malieni, a companhia aproveitou a discussão em torno da reforma da Previdência, que ganhou corpo este ano, para iniciar um trabalho muito forte junto à clientela de varejo do banco, apostando na orientação e em novos tipos de investimentos voltados para o pequeno investidor. “Com o advento da reforma da Previdência, houve um interesse maior por parte da população para entender a previdência privada, por isso treinamos os funcionários para fazer uma abordagem qualificada, mostrando os benefícios de fazer uma programação de poupança com contribuição mensal para previdência”, diz. Segundo ele, a aceitação surpreendeu e a Brasilprev espera crescer mais. “Queremos pelo menos dobrar esse número, talvez chegar a 140 mil novos clientes”, afirma Malieni.

Um dos atrativos da campanha é que o cliente, pelo valor mínimo de entrada de R$ 100, tem acesso a fundos que têm as características de quem tivesse R$ 500 mil para aplicar. Com isso, a Brasilprev cria uma opção para uma população que não vem pensando em previdência privada, diz Malieni. A média de aplicação é baixa, R$ 250,00, o que mostra que a Brasilprev está abrindo uma nova frente de mercado, de menor renda. “A previdência hoje é concentrada em uma faixa de renda mais alta e queremos alargar esse universo de investidores”, afirma Malieni.

Segundo o executivo, a estratégia é de longo prazo e é mais estratégica. Os valores aplicações, cerca de R$ 16 milhões, são pequenos em relação aos R$ 267 bilhões de reservas da Brasilprev. “Mas, como líderes de mercado, temos a obrigação de criar novas opções para incluir mais cidadãos e investidores em previdência privada”, diz. Além disso, é uma forma de ajudar a população a ter mais disciplina com o dinheiro e estimular a poupança de longo prazo e a disciplina de manutenção de reservas mensais.

Malieni diz que a Brasilprev vem cumprindo suas metas, mesmo com a grande concorrência que existe hoje no mercado de previdência privada. “Como líder, acabamos sendo mais atingidos pela concorrência, mas temos buscado novas alternativas”, explica. Ele diz que o país vive hoje um momento de inflexão nos mercados, com a queda dos juros e a alta dos mercados de renda variável. Essa mudança dá vantagem para a Brasilprev, que possui um portfólio amplo, com diversas alternativas de estratégias, afirma Malieni.

Rentabilidade e concorrência

O presidente da Brasilprev manifesta preocupação com a forma como a concorrência entre os fundos de previdência está se dando, segundo ele, muito em função da rentabilidade. “Há fundos muito recentes, com seis, sete meses de existência, com estratégias mais agressivas e que tiveram uma performance maravilhosa nesse período sendo oferecidos como se fossem manter esses ganhos para sempre”, afirma Malieni. “Mas não vão manter”, alerta. Além disso, fundos menores costumam ter melhor desempenho que os grandes, até pela maior flexibilidade do gestor. “A Brasilprev tem 26 anos de experiência nisso e sabe como essas coisas acontecem, e tenho medo de uma frustração com esses fundos novos”, diz.

Dados da Federação Nacional de Previdência e Vida (FenaPrevi) do mês de abril demonstram que a empresa atingiu também R$ 267 bilhões em ativos sob gestão, um crescimento de 9% comparado ao mesmo período de 2018. Este valor confere à Brasilprev 30% de participação de mercado. É também a segunda companhia do setor em número de CPF’s.

Acompanhe tudo sobre:Fundos de investimentoFundos de pensão

Mais de Mercados

Boeing inicia demissões para reduzir 10% dos funcionários

Essa small cap “não vale nada” e pode triplicar de preço na bolsa, diz Christian Keleti

Morgan Stanley rebaixa ações do Brasil e alerta sobre ‘sufoco’ no fiscal

Petrobras: investimentos totais serão de US$ 111 bi até 2029 e dividendos vão começar em US$ 45 bi