Alejandro Werner: para ele, a expectativa é de que o nível de contágio da atual crise seja baixo (Andres Stapff/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de maio de 2017 às 14h26.
Última atualização em 19 de maio de 2017 às 14h27.
São Paulo - O Brasil e outros países da América Latina têm "colchões de proteção" importantes para o caso de a volatilidade dos mercados aumentarem, além de um sistema financeiro sólido e balanços corporativos saudáveis, mas o passado recente tem mostrado que o grau de contágio de choques locais em outros mercados da região é baixo. A afirmação é do diretor para o departamento de Hemisfério Ocidental do FMI, Alejandro Werner.
Em entrevista à imprensa durante evento na Fundação Getulio Vargas (FGV), Werner disse que, nos últimos quatro anos, houve um relativo "baixo grau de contágio regional" para o caso de choques em mercados locais.
Como exemplo, o diretor do FMI citou o estresse causado no México antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos no ano passado e que se estendeu até a posse de Donald Trump em janeiro.
O peso mexicano teve forte desvalorização e os ativos do país tiveram deterioração, para se recuperarem nos últimos meses. Ao mesmo tempo, o estresse no mercado financeiro mexicano teve baixo contágio na região, ressaltou ele.
Werner também mencionou que a alta volatilidade do Brasil em certos momentos nos últimos anos, por conta da turbulência política, acabou tendo repercussão baixa em outros mercados financeiros da América Latina.
Por isso, a expectativa é que o nível de contágio da atual crise também seja baixo, disse ao ser questionado por um jornalista se a atual onda de volatilidade no Brasil, por causa de denúncias contra o presidente Michel Temer, pode afetar os fluxos internacionais de capital para a América Latina como um todo.