Bolsa de Xangai: 33% dos entrevistados acham a China o melhor país para investir (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2010 às 13h25.
Washington - Investidores disseram que estão vendo oportunidades e assumindo mais risco, olhando mais para mercados emergentes como China, Brasil e Índia do que para países desenvolvidos, de acordo com uma pesquisa realizada pela Bloomberg.
Os Estados Unidos ficaram em quarto lugar atrás dos três emergentes na lista das economias que oferecem as melhores oportunidades, segundo a última pesquisa trimestral Bloomberg Global Poll, que ouviu 1.030 investidores, analistas e operadores que assinam o terminal Bloomberg. A maior economia do mundo também ficou em terceiro lugar entre os piores países para se investir, atrás da União Europeia e do Japão. Alguns entrevistados mencionaram a decisão do Federal Reserve de comprar US$ 600 bilhões em títulos do Tesouro americano como motivo de preocupação.
“Alguns investidores profissionais podem até ganhar dinheiro nesse mercado e conseguem se proteger da queda que inevitavelmente virá, mas a alta do mercado tem sido impulsionada pelo Federal Reserve, não pelos fundamentos econômicos dos EUA”, disse Todd Lechtenberger, diretor de investimentos do Bodard Trust em Oklahoma.
No entanto, 39 por cento dos investidores e analistas financeiros disseram estar confiantes no ambiente econômico. Outros 25 por cento disseram que a situação está voltando ao normal. Já 35 por cento afirmaram ainda estar na defensiva, de acordo com a pesquisa realizada no dia 8 de novembro pela Selzer & Co., com sede em Iowa.
Brasil e commodities
O Brasil foi indicado por 31 por cento dos entrevistados como o melhor ou um dos dois melhores países do mundo para se investir do ano que vem, atrás apenas da China, apontada por 33 por cento, na primeira pergunta da pesquisa.
A recente eleição presidencial no Brasil foi vista como um sinal positivo pelos participantes da pesquisa global, com 33 por cento dizendo que a vitória de Dilma Rousseff foi boa para investidores. A maioria, 55 por cento, disseram não ter idéia se o fato era bom ou ruim para os investidores e 12 por cento disseram que seria ruim. Rousseff promete manter as políticas do seu mentor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entrevistados demonstraram otimismo em relação à economia global, com 44 por cento esperando uma melhora, 37 por cento com expectativa de estabilidade e 18 por cento prevendo piora.
Os investidores previram que as ações poderão oferecer melhores retornos ao longo do próximo ano, com as commodities Sendo o melhor investimento. Do outro lado, 49 por cento disseram que os títulos teriam os piores retornos, enquanto 19 por cento escolheram os investimento imobiliários nessa questão.
Entre os entrevistados, 53 por cento disseram que irão aumentar a exposição a ações nos próximos seis meses, uma alta de 9 pontos em relação ao último levantamento, realizada em setembro. Outros 42 por cento afirmaram que vão investir mais em commodities, 6 pontos acima da pesquisa anterior.
Os investidores e analistas apontaram as classes de ativo com mais tendência a subir nos próximos seis meses, com o petróleo sendo o escolhido por 65 por cento. Mais da metade, 51 por cento, disseram esperar alta do ouro.
Fed
Desde 27 de agosto, quando o presidente do Fed, Ben S. Bernanke, avisou que o BC estava pronto para tomar medidas adicionais de estímulo ao crescimento econômico, o índice Standard & Poor’s 500 subiu 14 por cento. O pacote de compra de títulos, anunciado em seguida, gerou muitas críticas por parte de vários presidentes regionais do Fed e também de autoridades internacionais da Alemanha, China e Brasil.
Alguns entrevistados disseram que a política do Fed, conhecida como alívio quantitativo por afrouxar a política monetária ao adquirir quantidades significativas de títulos em vez de reduzir a taxa de juros, dá um golpe potencialmente perigoso nos mercados.
Greg Metzger, um operador de commodities da Sempra Energy Trading LLC, em Stamford, Connecticut, acha que “com o Fed ainda lançando dinheiro barato nos mercados, o dólar vai continuar caindo e a bolha de commodities vai continuar se expandindo.”
Os entrevistados ficaram divididos quanto à avaliação da economia americana: 32 por cento acham que está melhorando e outros 32 por cento acham que está piorando, enquanto 36 por cento avaliam que está estável.
A pesquisa tem margem de erro de 3,1 pontos percentuais.