Mercados

Brasil capta US$1,25 bi e paga menor juro da história

O cupom do bônus Global 2023 foi de 2,625 por cento, e o título foi vendido a 99,456 por cento do valor de face

As empresas do segmento de "serviços prestados principalmente às famílias" foram mais numerosas, somando 288.286 unidades (Wikimedia Commons)

As empresas do segmento de "serviços prestados principalmente às famílias" foram mais numerosas, somando 288.286 unidades (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2012 às 20h01.

Brasília - O Brasil captou de 1,25 bilhão de dólares com a emissão de um bônus Global com vencimento em 2023, pagando o menor rendimento da história para um título de 10 anos, e abrindo caminho para empresas nacionais melhorarem suas condições de financiamento no exterior.

O cupom (juros) do bônus Global 2023 foi de 2,625 por cento, e o título foi vendido a 99,456 por cento do valor de face, informaram os bancos líderes da operação. Com isso, o bônus brasileiro ofereceu um rendimento (yield) de 2,686 por cento ao ano.

Na continuidade da operação, o papel poderá ser ofertado também no mercado asiático no montante de até 10 por cento do captado nos Estados Unidos e na Europa A demanda pelos bônus brasileiros teria chegado a 4,5 bilhões de dólares, de acordo com IFR, um serviço da Thomson Reuters.

A emissão feita nesta quarta-feira é a primeira após o lançamento em abril de bônus Global denominado em real no montante de 3,15 bilhões de reais. Na época, em contexto de valorização da moeda brasileira, governo avaliou que o investidor estrangeiro interessado em títulos do país poderia ter a opção de adquirir um papel denominado em real no exterior, sem que houvesse necessidade de internalizar os recursos.


Curva de juros favorável - A última emissão de bônus em dólar ocorreu no início de janeiro no montante de 825 milhões de dólares por meio do Global 2012. O papel foi oferecido nos mercados americano, europeu e asiático, e ofereceu um rendimento de 3,449 por cento ao ano, até então o menor já registrado nas emissões externas.

Em entrevista à Reuters na última sexta-feira, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse que o objetivo da nova emissão, realizada nesta quarta-feira, "é ter uma curva soberana de juros a melhor possível para nossas empresas se financiarem no exterior".

Augustin lembrou que as empresas brasileiras não estão excessivamente endividadas em moeda estrangeira. "Na crise de 2009, esse foi talvez o maior mecanismo de transmissão da crise e felizmente nessa crise isso não foi tão forte." Para o secretário, o baixo endividamento em moeda estrangeira abre espaço para as empresas do país se financiarem no mercado externo. "Essa é outra fonte que não o BNDES que a gente espera: títulos do setor privado no exterior".

A dívida externa total atingiu em julho 88,411 bilhões de reais, dos quais 58,442 bilhões de reais corresponde a bônus Global denominados em dólar. Já os papéis denominados em real somam 13,291 bilhões de reais.

Acompanhe tudo sobre:AçõesAmérica Latinabolsas-de-valoresDados de BrasilDívidas de países

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney