Dólar: a última operação ocorreu em maio, quando foram vendidos US$ 800 milhões. (Mark Wilson/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2013 às 14h56.
Brasília - O Tesouro Nacional aguarda uma “janela de oportunidade” para realizar uma nova emissão de títulos da dívida externa do governo brasileiro no mercado financeiro internacional. O prazo não está definido, mas a última operação ocorreu em maio, quando foram vendidos US$ 800 milhões.
Por meio das emissões de títulos da dívida externa, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais com o compromisso de devolver os recursos com juros. Taxas menores de juros indicam menor grau de desconfiança dos investidores em relação ao Brasil e ao pagamento da dívida do país. As emissões também ajudam a estabelecer uma tendência para as taxas tanto para futuras captações do governo quanto para as das empresas.
“Fizemos uma emissão há pouco tempo para demonstrar os fundamentos. Embora haja um momento de volatilidade internacional importante, estamos com a expectativa de fazer emissão em um prazo não muito longo. Assim que nós entendermos que há uma janela boa, vamos fazer uma emissão”, disse.
Para ele, a nova operação será para demonstrar mais uma vez os “fundamentos sólidos do Brasil”. Para ele, o “mercado real”, aquele que compra títulos, tem avaliado que os fundamentos econômicos do país são os melhores possíveis.
O mesmo tem acontecido, informou, no mercado interno. “Demonstra um mercado [potencialmente] comprador dos títulos do Tesouro Nacional em meio a uma volatilidade decorrente das taxas de juros do mercado dos Estados Unidos. Isso mostra extraordinária confiança nos fundamentos do mercado do Brasil”, destacou.
Questionado por jornalista sobre a aversão ao risco ante a estabilidade do mercado internacional, e também sobre questões internas, como uma possível queda de confiança dos investidores, Arno Augustin disse que, ao contrário, tem percebido que os analistas internacionais estão absolutamente confiantes no Brasil.
“Isso se expressa no valor dos nossos títulos à medida em que eles têm um comportamento bem melhor do que a maior parte dos países emergentes”, observou.
Para Arno Augustin, o que não se pode, numa conjuntura em que os Estados Unidos estão sinalizando uma mudança estrutural no seu patamar de juros, é ignorar que isso significa uma reacomodação da liquidez internacional com efeito na maior parte dos países.
O secretário do Tesouro acredita que as atuais tensões não são especificas do Brasil, mas são uma tendência internacional clara, decorrente da situação americana. “Não considerar isso é deixar de fazer uma análise que não considera elementos decisivos. Nosso último lançamento, que foi há pouco mais de um mês, teve o menor spread da história. Temos fundamentos sólidos e que se afirmam. Isso irá continuar”.
Segundo Arno Augustin, sempre há um dia ou outro dia de volatilidade, comum e normal no mercado. São movimento, disse, que existem ao longo dia. “A gente acompanha. Mas não se traduz em uma tendência”.