Bradesco: carteira de crédito para pessoa física maior que os pares pode causar maior inadimplência (Paulo Fridman/Bloomberg)
Beatriz Quesada
Publicado em 4 de agosto de 2022 às 06h02.
A expectativa entre analistas e investidores é que o Bradesco (BBDC4) siga os passos do Santander (SANB11) e apresente um resultado mais fraco em seu balanço do segundo trimestre, que será divulgado após o fechamento do mercado nesta quinta-feira, 4.
A previsão do mercado é que o segundo maior banco do Brasil apresente um lucro líquido recorrente de R$ 6,7 bilhões. O valor representaria uma alta de 6% na comparação com o mesmo período do ano passado, e uma queda de 0,75% frente ao primeiro trimestre deste ano.
Analistas do Goldman Sachs estão um pouco mais conservadores, e esperam um lucro de R$ 6,63 bilhões.
“Esperamos uma queda no lucro considerando uma receita líquida de juros (NII) mais baixa”, informou o relatório do banco. O indicador representa o quanto o banco rentabiliza emprestando dinheiro para seus clientes, deduzidos os custos de captação do capital.
Na outra ponta, a corretora Genial espera que a NII deva continuar com boa performance. Ainda assim, a casa espera um lucro de R$ 6,9 bilhões – resultado que, apesar de mais otimista, ainda é considerado fraco.
“Com uma carteira de pessoa física proporcionalmente mais alta que seus pares, o risco na piora do ciclo de crédito com o aumento da inadimplência fica mais evidente no Bradesco. O consumo das reservas de provisões adicionais tem sido bem mais rápido que antecipávamos, aumentando a preocupação de um impacto um pouco mais severo que projetávamos nesse ciclo”, informaram os analistas.
A Genial estima um crescimento de 20 basis points (bps) no índice de inadimplência. Já o Goldman espera uma alta de 30 bps no índice na comparação trimestral, subindo para 3,5% no segundo trimestre.
“Por outro lado, esperamos um seguro forte e resultados de honorários, enquanto as despesas totais devem cair devido à diminuição de outros linha de despesas”, acrescenta o Goldman.
O banco deve apresentar um retorno sobre patrimônio líquido (ROE) de 17,3% no segundo trimestre, uma queda de 10 bps frente ao mesmo período do ano anterior e baixa de 100 bps em relação ao primeiro trimestre de 2022.
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