Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa: Ibovespa subiu 0,55 por cento, a 45.261 pontos (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2015 às 16h47.
São Paulo - A Bovespa teve sua terceira alta consecutiva nesta quinta-feira, com o mercado acompanhando discussões sobre o rito de impeachment no Supremo Tribunal Federal (STF) e ajustando-se ao avanço dos índices norte-americanos na véspera, quando a primeira alta do juro norte-americano em quase uma década foi interpretada como sinal de confiança na maior economia do mundo.
O Ibovespa subiu 0,55 por cento, a 45.261 pontos, longe da alta de 2,7 por cento registrada no melhor momento do dia. O giro financeiro foi de 5,89 bilhões de reais.
A elevação dos juros pelo Federal Reserve na véspera acabou impulsionando os mercados globais e a Bovespa pela manhã, com o banco central norte-americano destacando que o ciclo de aperto agora iniciado será "gradual".
"Ficamos muito tempo falando de uma alta do juro, saiu a decisão esperada e não foi tão traumática", disse o gerente de renda variável da H.Commcor, Ariovaldo Santos.
Contudo, as bolsas norte-americanas tiveram nesta quinta-feira um dia negativo, após a alta da véspera, o que reduziu os ganhos da bolsa brasileira.
Enquanto isso, no noticiário doméstico, repercutiu a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de contrariar a maioria das teses do governo da presidente Dilma Rousseff sobre a tramitação de um processo de impeachment. Ele considerou legítima a sessão da Câmara dos Deputados que elegeu chapa alternativa apoiada pela oposição para compor a comissão que analisará o impedimento.
Com isso, a expectativa de mudanças no campo político ajudou a impulsionar a Bovespa, segundo operadores. As discussões sobre o rito de impeachment continuam nesta quinta-feira no STF. Até o momento, cinco ministros discordaram e dois concordaram com Fachin, que em seu voto disse que o Senado não tem a prerrogativa de rejeitar a instauração de processo de impeachment contra a presidente após autorização da Câmara.
=DESTAQUES
=VALE fechou em baixa de 2,39 por cento nas preferenciais, após subir 2,67 por cento na máxima da sessão, afetada por preocupações quanto ao preço do minério de ferro. A empresa teve na véspera seu rating rebaixado pela Fitch para 'BBB' ante 'BBB+', com observação negativa, após a mudança do rating soberano do Brasil.
=PÃO DE AÇÚCAR caiu 2,63 por cento, após a ação de sua controladora francesa Casino recuar 11,5 por cento em Paris. A empresa de pesquisa Muddy Waters disse que o Casino é uma das empresas "mais sobrevalorizadas e mal compreendidas" com as quais se deparou. A Muddy Waters escreveu em nota nesta quinta-feira que os relatórios financeiros do Casino são "literalmente sem significado" como forma de compreender a saúde da varejista.
=PETROBRAS perdeu 1,23 por cento nas preferenciais, revertendo alta de mais cedo, acompanhando o recuo dos preços do petróleo e após o anúncio da queda da produção de petróleo da estatal no Brasil em novembro de 1,4 por cento ante outubro.
=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO subiram 1,71 e 1,53 por cento, respectativamente, exercendo uma das maiores contribuições positivas ao Ibovespa devido ao seu relevante peso na composição do índice.
=TIM subia 2,12 por cento, após concluir o terceiro lote de venda de torres de telecomunicações para a American Tower por 84 milhões de reais. A ação da operadora refletiu expectativas de consolidação no setor, após a Bloomberg publicar que a Oi estaria trabalhando para ter uma proposta de fusão com a TIM até janeiro. "O fato da francesa Vivendi ter elevado participação no conselho da Telecom Italia (dona da TIM) tende a facilitar a operação", disse a Elite Corretora. As ações PN da Oi ganharam 6,54 por cento, maior alta do Ibovespa.
=BTG PACTUAL, que está fora do Ibovespa, subiu 7,59 por cento, tendo acelerado ganhos após o ministro Teori Zavascki, do STF, suspender nesta quinta-feira a prisão preventiva do banqueiro André Esteves, ex-controlador e ex-presidente do banco de investimentos.
Texto atualizado às 17h47