No dia, os papéis da Petrobras podem ser pressionados pela notícia de que a empresa pode não ter dinheiro suficiente para tocar os projetos do pré-sal (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2011 às 10h31.
São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) inicia a semana perto da estabilidade, em alta ainda comedida, sob a expectativa de que, na quarta-feira, os líderes europeus anunciem um amplo pacote de resgate para bancos e países em dificuldades. A alta de 2,31% do índice Bovespa (Ibovespa) na sexta-feira, no entanto, pode abrir espaço para realizações ao longo do dia, enquanto os papéis da Petrobras podem ser pressionados pela notícia de que a empresa pode não ter dinheiro suficiente para tocar os projetos do pré-sal. Perto das 11h15, o Ibovespa subia 0,83%, aos 55.715 pontos.
Na manhã de hoje, o Conselho Europeu confirmou que uma nova cúpula de líderes da União Europeia será realizada na quarta-feira, reagindo a especulações entre operadores de Londres de que a reunião poderia ser adiada. Na ocasião, é esperado o anúncio de um pacote para resgate de países em dificuldades e capitalização de bancos.
Ontem, a União Europeia (UE) anunciou que está próxima de um acordo para frear a crise. Um dos três pilares do plano foi praticamente fechado: a recapitalização dos bancos em mais de 100 bilhões de euros. A Europa também deve pedir ajuda internacional para financiar sua crise da dívida. Bruxelas quer que o Fundo Monetário Internacional (FMI), o G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) e os países com elevados superávits nas contas externas contribuam para que o bloco consiga blindar a economia e garantir a volta da estabilidade na zona do euro.
Esta expectativa com o anúncio de quarta-feira fez o Ibovespa subir na sexta-feira e traz certo suporte para os negócios nesta segunda-feira, aqui e no exterior. Porém, reportagem publicada hoje no jornal O Estado de S. Paulo informa que a Petrobras, com receio de não ter dinheiro suficiente para tocar os projetos do pré-sal, quer que o governo reduza a Cide - contribuição paga sobre a comercialização dos combustíveis - para reforçar seu caixa. A estatal alega que a valorização do dólar, combinada com a defasagem dos preços da gasolina e do diesel, vai derrubar seu lucro do terceiro trimestre, que será anunciado em novembro.