Mercados

Bovespa segue exterior e tem 2ª queda consecutiva

Recuo nos papeis da Petrobras e abismo fiscal nos EUA contribuíram para segunda queda seguida na bolsa


	Mulher passa em frente ao logo da Bovespa, em São Paulo: para o sócio-diretor da corretora Elite, mercado já teria precificado a resolução da questão fiscal nos EUA
 (REUTERS/Nacho Doce)

Mulher passa em frente ao logo da Bovespa, em São Paulo: para o sócio-diretor da corretora Elite, mercado já teria precificado a resolução da questão fiscal nos EUA (REUTERS/Nacho Doce)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2012 às 17h23.

São Paulo - A Bovespa voltou a seguir o exterior e registrou o segundo dia consecutivo de queda nesta quinta-feira. Mais uma vez, os temores com a questão fiscal nos Estados Unidos ditaram o tom negativo.

Nem mesmo os dados norte-americanos divulgados mais cedo e a decisão dos ministros das Finanças europeus de liberar a próxima parcela de ajuda para Grécia foram suficientes para animar os investidores, que preferiram embolsar parte dos ganhos acumulados no mês. A queda das ações da Petrobras também contribuiu para a performance negativa.

O Ibovespa encerrou com recuo de 0,26%, aos 59.316,75 pontos. Com isso, o índice reduziu a valorização no mês para 3,21% e, no ano, para 4,52%. Na mínima, a Bolsa atingiu 59.154 pontos (-0,54%) e, na máxima, 59.969 pontos (+0,83%). O giro financeiro ficou em R$ 7,431 bilhões. Os dados são preliminares.

A questão fiscal nos EUA voltou à tona, porque o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Ben Bernanke, disse que, se os EUA caírem no chamado abismo, a economia do país será prejudicada de tal forma que o banco central não pode controlar. A observação funcionou para os investidores se desfazerem de ativos de risco.

Para o sócio-diretor da corretora Elite, Otto dos Santos, a questão fiscal será resolvida e o mercado já precificou o assunto. Ele acredita, entretanto, que o Congresso só anunciará alguma coisa no fim do prazo. "Os republicamos e os democratas vão levar essa questão até o limite e só farão o anúncio no limite, não irão resolver antes. Mas deve ter alguma solução boa", estima, ressaltando que o movimento da Bolsa nesta sessão foi mais técnico, com o aplicador garantindo parte dos ganhos recentes.


As blue chips fecharam em direções distintas. As ações da Petrobras terminaram com queda de 1,45% a ON e de 1,41% a PN. Já os papéis da Vale encerraram com ganho de 0,56% o ON e 0,39% o PNA.

As ações ON da Hypermarcas subiram 5,76% e lideraram as altas do Ibovespa. Na véspera, o Conselho de Administração da empresa aprovou uma cisão parcial da companhia da parte localizada em Bragança Paulista (SP), incluindo os ativos e passivos relacionados à fabricação e venda de medicamentos da antiga e extinta Luper Indústria Farmacêutica.

O ranking de perdas foi liderado por Klabin PN, com recuo de 4,67%.

Nos EUA, o número de pedidos de auxílio-desemprego diminuiu para 343 mil na semana passada, melhor do que a queda para 367 mil prevista por economistas. O índice de preços ao produtor (PPI) caiu 0,8% em novembro ante outubro, uma queda maior do que a esperada, de 0,5%. Os estoques das empresas aumentaram 0,4% em outubro ante setembro, em linha com o esperado. No entanto, as vendas no varejo cresceram 0,3% em novembro ante outubro, abaixo da estimativa de 0,5%.

Na Europa, os ministros das Finanças da zona do euro concordaram em desembolsar 49,1 bilhões de euros para a Grécia, sendo cerca de 34,4 bilhões de euros ainda neste mês. Antes disso, os ministros haviam chegado a um consenso para criar um supervisor bancário europeu, cujo papel será desempenhado pelo Banco Central Europeu (BCE).

Na bolsa nova-iorquina, às 17h50 (horário de Brasília), o índice Dow Jones caía 0,57%, o S&P 500 perdia 0,67% e o Nasdaq recuava 0,83%.

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3bolsas-de-valores

Mais de Mercados

Amil e Dasa recebem aval do Cade para criarem rede de hospitais e clínicas

Fundador do Telegram anuncia lucro líquido pela primeira vez em 2024

Banco Central fará leilão à vista de até US$ 3 bi na quinta-feira

Marcopolo avança na eletrificação com aquisição de participação em empresa chilena