Falta dinheiro novo para melhorar o rendimento da Bovespa (Nilton Fukuda/Agência Estado)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2011 às 10h46.
São Paulo - Apesar da proximidade com os 68 mil pontos, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) não deve encontrar forças para engatar uma trajetória de alta hoje, com a volatilidade ainda sendo a tônica do pregão. A Bolsa permanece ressentida de capital estrangeiro e de eventos positivos no Brasil para motivar os negócios. Às 10h23 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) recuava 0,41%, aos 67.485 pontos.
"A Bolsa deve seguir apática", resume o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi. Durante a manhã, os Estados Unidos informaram que a renda e os gastos pessoais no país subiram em fevereiro, praticamente em linha com o previsto, assim como o avanço verificado no núcleo do índice de preços PCE. Ainda para hoje, saem as vendas de imóveis residenciais pendentes no país.
No Brasil, a Bolsa segue ressentida da falta de dinheiro novo. Os rumores de que o governo possa adotar novas alíquotas de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para operações no mercado de renda variável mantêm os negócios retraídos, refém de giros curtos. A expectativa por novas medidas macroprudenciais, por exemplo, fez o mercado rever para baixo a projeção para a Selic (a taxa básica de juros da economia) no fim de 2011, pela primeira vez após sete semanas de estabilidade. A estimativa agora passou de 12,50% para 12,25% ao ano.
Além disso, o noticiário envolvendo uma possível mudança no comando da Vale continua deprimindo as ações da mineradora, com efeitos sobre o desempenho do Ibovespa. Ainda no âmbito corporativo, a última semana da temporada de balanços referente ao exercício de 2010 também deve agitar os negócios.