Com o resultado, o saldo negativo de capital externo na Bovespa no mês recuou para R$ 4,896 bilhões (Gustavo Kahil/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2013 às 15h18.
São Paulo - A Bovespa registrou na quarta-feira, 19, o terceiro dia seguido de ingresso de capital externo, apesar da debandada registrada na tarde daquele dia com a sinalização de que o Banco Central dos Estados Unidos poderá começar a reduzir sua compra de bônus ainda este ano, dando prosseguimento à redução no primeiro semestre de 2014.
Os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 619,797 milhões na Bolsa naquele pregão, quando o Ibovespa encerrou com baixa de 3,18%, aos 47.893,06 pontos, menor nível desde os 47.289,53 pontos de 30 de abril de 2009. O giro financeiro da Bolsa brasileira, por sua vez, totalizou R$ 8,695 bilhões na quarta-feira.
Com o resultado, o saldo negativo de capital externo na Bovespa no mês recuou para R$ 4,896 bilhões. A cifra é resultado de compras de R$ 46,384 bilhões e vendas de R$ 51,281 bilhões no período. No ano, a Bolsa acumula superávit de R$ 3,403 bilhões em recursos estrangeiros.
Para um dos sócios da Cultinvest Asset Management, Walter Mendes, uma possível explicação para a entrada de recursos externos nesse dia de forte baixa da Bolsa, é que a venda deve ter sido comandada por investidores nacionais, enquanto os estrangeiros entraram para aproveitar os baixos níveis de preços de alguns papéis.
O sócio diretor da Queluz Asset, Maurício Pedrosa, concorda e explica que o movimento reflete o barateamento em dólar dos ativos brasileiros na Bolsa. Segundo o profissional, apesar do fluxo negativo no ano e a maior atratividade de outros mercados, há muitas ações de empresas brasileiras com preços convidativos. Segundo Pedrosa, ao que parece esse e outros papéis estão caindo no radar de fundos estrangeiros mais propensos ao risco Brasil.
Chamam a atenção nesse caso, na sua opinião, as ações da Vale, que acumula queda de pouco mais de 28% na PNA e de 25% na ON. "É uma empresa com investment grade e dividend yield razoável, além de ser uma companhia que claramente se beneficia do dólar mais alto", destaca.
O profissional avalia ainda que o mundo está se readequando a esse novo cenário, com os Estados Unidos reduzindo estímulos e pode ser que o Brasil comece a chamar a atenção dos investidores pelos níveis atuais de preço aliado a forte valorização do dólar.