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Bovespa perde mais de 2% com dados dos EUA e Vale

A Bovespa encerrou em forte queda, com o mercado atribuindo maior chance de alta do juro americano em dezembro, e também pressionada por Vale


	Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa: Ibovespa recuou 2,35 por cento, a 46.918 pontos
 (Nacho Doce/Reuters)

Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa: Ibovespa recuou 2,35 por cento, a 46.918 pontos (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2015 às 17h03.

São Paulo - A Bovespa encerrou a sexta-feira em forte queda, com o mercado atribuindo maior chance de alta do juro norte-americano em dezembro e também pressionada por Vale, após o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, joint venture da brasileira com a australiana BHP, em Minas Gerais.

O Ibovespa recuou 2,35 por cento, a 46.918 pontos.

Na semana, o índice ganhou 2,29 por cento. O giro financeiro foi de 5,86 bilhões de reais.

No noticiário macroeconômico, o evento do dia foi a divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos, com a criação de vagas nos setores público e privado, que mostrou abertura de 271 mil postos de trabalho fora do setor agrícola em outubro, ante expectativa de 180 mil vagas, segundo pesquisa da Reuters. Com isso, aumentaram as apostas de que os juros nos EUA devem subir no próximo mês.

O dado forte se segue à declaração da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, de que o banco central norte-americano pode começar a elevar os juros em dezembro, se novas informações sustentarem a expectativa.

Em reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) na semana passada, o Fed já havia sinalizado de maneira mais forte que pode elevar os juros no mês que vem, o que reduz a atratividade de ativos de mercados emergentes, como os brasileiros.

"O mercado demorou um pouco para interpretar a alteração de discurso do Fed. Agora as apostas ficaram maiores de uma alta em dezembro", disse o analista Raphael Figueredo, da Clear Corretora.

"Esse dado bem acima do esperado acaba corroborando a ideia de que possa se refletir na renda das famílias, traga alguma pressão inflacionária e o juro suba", acrescentou.

DESTAQUES =VALE perdeu 5,7 por cento nas preferenciais e 7,55 por cento nas ordinárias, com o mercado avaliando os efeitos do rompimento da barragem da Samarco, que paralisou a unidade da empresa em Mariana (MG) e deixou mortos e dezenas de desaparecidos. O mercado questionava quando as operações retornarão à normalidade e os impactos do incidente. O Citi disse que a operação representa 3 por cento do valor presente líquido da Vale, "porém não está claro quais serão os custos de limpeza e de indenizações".

=ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES caiu 6,61 por cento, mesmo após a companhia divulgar alta de 18 por cento do lucro líquido do terceiro trimestre. "Apesar da captação de alunos ter tido bom comportamento, o aumento nos índices de evasão e crescimento apático do ticket médio fizeram a receita crescer abaixo do esperado. Observamos um crescimento na margem Ebitda, porém em ritmo menor que o observado nos trimestres anteriores", disse a XP Investimentos.

=PETROBRAS perdeu 3,58 por cento nas preferenciais e 3,23 por cento nas ordinárias, em dia de baixa do petróleo e repercutindo preocupações com a greve dos petroleiros. O número de unidades marítimas na Bacia de Campos atingidas pela greve caiu para 46 nesta sexta-feira, ante 48 unidades na quinta, informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

=SMILES caiu 8,67 por cento, maior queda do Ibovespa, em um movimento de realização de lucros, uma vez que o papel acumulou ganho de 13,58 por cento nos últimos dois pregões, com o mercado comemorando o resultado forte da empresa no terceiro trimestre.

=CIELO caiu 1,29 por cento, na esteira de lucro no terceiro trimestre praticamente em linha com as previsões do mercado, mas com fraco crescimento das operações com cartões. O BTG Pactual destacou que os volumes de cartões de crédito foram muito fracos e que as despesas não se comportaram como esperado, o que torna a meta de custo unitário da empresa para o ano inteiro difícil de alcançar.

=MARFRIG subiu 1,26 por cento, após a companhia divulgar lucro para o terceiro trimestre de 186 milhões de reais e afirmar que espera ter resultado "muito bom" no quarto trimestre, apoiado na autorização de exportações para a China da terceira fábrica da empresa no Brasil.

=BRASKEM subiu 2,02 por cento, maior alta do Ibovespa, após teleconferência com executivos sobre o resultado do terceiro trimestre, que trouxe forte geração de caixa medida pelo Ebitda. A petroquímica disse que pretende empregar o excedente ao longo dos próximos meses na redução da dívida líquida e também pode distribuir mais dividendos devido a obrigatoriedade do pagamento mínimo por conta da Lei das S/A, dependendo do seu resultado contábil.

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