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Bovespa fecha em queda de 3,7% com pessimismo global

Foi a maior queda diária percentual desde o recuo de 4,86 por cento em 2 de fevereiro


	Bovespa: o giro financeiro da sessão somou 8,2 bilhões de reais
 (Marcos Issa/Bloomberg)

Bovespa: o giro financeiro da sessão somou 8,2 bilhões de reais (Marcos Issa/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2016 às 19h17.

São Paulo - O principal índice da Bovespa teve nesta sexta-feira a maior queda em sete meses, diante do aumento das expectativas de alta em breve dos juros nos Estados Unidos, da desaceleração econômica na China, além da tensão provocada por novo teste nuclear da Coreia do Norte.

Ibovespa caiu 3,71 por cento, aos 57.999 pontos. Foi a maior queda diária percentual desde o recuo de 4,86 por cento em 2 de fevereiro. O giro financeiro da sessão somou 8,2 bilhões de reais.

Na semana, o Ibovespa recuou 2,71 por cento, maior queda semanal desde meados de maio. O mercado foi guiado principalmente pela declaração do presidente do Federal Reserve de Boston, Eric Rosengren, de que o banco central norte-americano enfrenta cada vez mais riscos se esperar muito tempo para elevar a taxa de juros.

A afirmação de uma autoridade considerada pelo mercado como "dovish" foi a senha para investidores aumentarem as apostas de que uma alta dos juros nos EUA está próxima. A consequência disso seria a migração de recursos aplicados em ativos de maior risco, como commodities e ações, para títulos do Tesouro do país.

As bolsas de valores globais e as cotações de commodities, como o petróleo, que já operavam no vermelho devido a notícias de China e Coreia do Norte, intensificaram as perdas.

De um lado, a China informou que sua inflação ao consumidor em agosto desacelerou para o menor ritmo em quase um ano, ampliando evidências de que a economia está se estabilizando.

De outro, a Coreia do Norte fez um teste nuclear com uma explosão mais poderosa que a bomba detonada em Hiroshima, o que levantou preocupações geopolíticas no mundo todo.

Em Nova York, o índice S&P 500 caiu 2,45 por cento.

Destaques

Cemig teve o pior desempenho do Ibovespa, com recuou de 7,4 por cento. A estatal mineira de energia elétrica informou na véspera que o BTG Pactual vai exercer uma opção de venda das ações da Parati, sociedade por meio da qual as empresas detém fatia na distribuidora de energia Light.

Banco do Brasil perdeu 5,35 por cento. Com créditos de 2,9 bilhões de reais, o banco é um dos maiores credores da Usiminas, que anunciou pela manhã a aprovação dos termos finais de uma renegociação de dívidas com credores do Brasil e do Japão.

As ações preferenciais da Usiminas recuaram 4,7 por cento, em dia negativo do setor de metais. -

Bradesco fechou com as ações preferenciais em queda de 5,53 por cento, enquanto as preferenciais do Itaú Unibanco recuaram 3,79 por cento. 

Fibria subiu 2,9 por cento, enquanto Suzano ganhou 0,9 por cento, nas duas únicas altas do Ibovespa, com as empresas de celulose capitalizando expectativas de maiores receitas com exportações, diante da alta do dólar. 

Oi, que não faz parte do Ibovespa, disparou 6,9 por cento. Mais cedo, a Reuters publicou que investidores que querem fazer oferta para assumir a operadora de telecomunicações em recuperação judicial podem conquistar credores descontentes com uma oferta mais atraente para o pagamento da dívida do que a apresentada pela Oi no início da semana. 

Gol, que também está fora do índice, desabou 8,2 por cento refletindo a alta de mais de 2 por cento do dólar frente ao real. A empresa aérea é fortemente endividada em moeda estrangeira.

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