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Bovespa recua mais de 2% com incertezas políticas

As ações da petroquímica Braskem desabaram mais de 12%, com sessão marcada pelo noticiário político


	Bovespa: índice caiu mais de 2%, em sessão marcada pelo noticiário político e queda de mais de 12% da Braskem.
 (Getty Images)

Bovespa: índice caiu mais de 2%, em sessão marcada pelo noticiário político e queda de mais de 12% da Braskem. (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2016 às 18h11.

São Paulo - A Bovespa fechou com o seu principal índice em forte queda nesta quarta-feira, abaixo dos 50 mil pontos, com as ações da petroquímica Braskem desabando 12 por cento, após nova sessão em que o cenário político dominou os holofotes.

O Ibovespa caiu 2,59 por cento, a 49.690 pontos. O volume financeiro somou 6 bilhões de reais.

O quadro externo desfavorável, com queda dos preços das commodities e dos principais índices acionários nos Estados Unidos, reforçou a pressão negativa no pregão brasileiro.

No front local, um dos focos de atenção ficou na determinação de ministro do Supremo Tribunal Federal para que o juiz Sérgio Moro envie ao STF as informações sobre a quebra de sigilo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como todos os processos relacionados às interceptações telefônicas.

Também repercutiu o anúncio do grupo Odebrecht de que está disposto a colaborar com os procuradores da operação Lava Jato e está negociando acordo de leniência com a Controladoria-Geral da União (CGU). Ainda repercutiu uma lista que apontaria pagamentos da Odebrecht a políticos.

De acordo com profissionais da área de renda variável, esses últimos eventos do cenário político adicionaram incertezas, endossando cautela e movimentos de realização de lucros. O Ibovespa ainda acumula em março alta de 16 por cento.

Destaques

- BRASKEM fechou com um tombo de 11,73 por cento, após a Odebrecht, controladora da petroquímica, anunciar decisão de colaborar com os procuradores da Lava Jato e que está negociando acordo de leniência. Um gestor disse que a notícia pode acelerar a venda do controle da Braskem pela Odebrecht, já que os recursos seriam importantes para financiar um potencial acordo de leniência da Odebrecht junto à CGU.

- PETROBRAS encerrou com as ações preferencias em queda de 4,07 por cento, conforme os papéis seguem atrelados a expectativas no campo político, tendo sofrido nesta sessão também a pressão negativa do declínio dos preços do petróleo.

- VALE terminou com as preferenciais de classe A em queda de 7,08 por cento, na esteira do recuo dos preços do minério de ferro na China.

- BANCO DO BRASIL recuou 3,73 por cento, também vulnerável à cena política, em sessão de queda generalizada no setor bancário, com ITAÚ UNIBANCO perdendo 3,18 por cento e BRADESCO cedendo 3,25 por cento.

- USIMINAS e CSN recuaram 8,33 e 6,63 por cento, respectivamente, em um movimento de ajuste, depois que a Standard & Poor's cortou os ratings de ambas. Mesmo assim, os papéis ainda acumulam fortes ganhos em março. GERDAU perdeu 6,27 por cento. Duas fontes dos distribuidores de aço relataram que CSN e ArcelorMittal Brasil preparam para abril reajustes de preços de aços planos vendidos à distribuição.

- COPEL caiu 5,53 por cento, após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indicar uma redução média de 11,5 por cento para as tarifas da unidade de distribuição da estatal paranaense no quarto ciclo de revisão tarifária da concessionária.

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