Bovespa: o Ibovespa caiu 0,43%, a 63.505 pontos (Marcos Issa/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 19 de outubro de 2016 às 20h16.
São Paulo - O principal índice da Bovespa recuou nesta quarta-feira, após subir nas quatro sessões anteriores e superar mais cedo os 64 mil pontos pela primeira vez desde 2012, com operadores adotando alguma cautela após a prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
O Ibovespa caiu 0,43 por cento, a 63.505 pontos, depois de ter alcançado 64.088 pontos na máxima da sessão.
O volume financeiro da bolsa foi de 8,16 bilhões de reais, abaixo da média diária para o mês até a véspera, de 9,37 bilhões de reais.
A prisão preventiva de Cunha no âmbito da operação Lava Jato gerou receio em relação a uma eventual delação premiada, que poderia envolver membros do alto escalão do governo do presidente Michel Temer.
"Ainda é uma ideia preliminar (a possibilidade de uma delação), mas é um risco que o mercado precifica e prefere não correr", disse o analista de uma corretora nacional.
A cautela com a prisão de Cunha deu respaldo ao movimento de correção após a série recente de altas do Ibovespa. Em outubro, o índice caiu em apenas três pregões, incluindo o desta quarta-feira, e acumula ganhos de 8,8 por cento.
Os investidores também passaram o dia no aguardo da decisão do Banco Central sobre os juros básicos, que divulgou após o fechamento o corte da Selic em 0,25 ponto percentual, para 14 por cento.
Destaques
- ITAÚ UNIBANCO recuou 1,63 por cento, exercendo a principal pressão negativa no índice devido ao peso das ações em sua composição. A queda veio após o papel acumular valorização de 14 por cento no mês até a véspera, período no qual caiu em apenas um pregão.
- VALE PNA perdeu 1,1 por cento, após subir nas três sessões anteriores e acumular ganhos de 4,3 por cento no período. VALE ON teve baixa de 0,8 por cento.
- EMBRAER caiu 1,39 por cento, em meio à recente desvalorização do dólar frente ao real e após subir 13 por cento nas quatro sessões anteriores.
- PETROBRAS PN subiu 1,15 por cento e PETROBRAS ON ganhou 1,06 por cento, mantendo o bom humor visto nos últimos pregões em meio a uma série de notícias otimistas sobre a gestão da companhia e à recente alta nos preços do petróleo, mas longe das máximas da sessão, quando os ganhos passaram dos 2 por cento. Apenas em outubro, os papéis preferenciais da petroleira acumulam alta de quase 30 por cento e no ano a valorização chega a de 163 por cento.
- KROTON avançou 1,93 por cento e ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES teve alta de 0,76 por cento, no segundo dia positivo para as ações de ensino, após o Congresso Nacional aprovar um crédito de 702,5 milhões de reais para o Fies.
- BM&FBOVESPA teve valorização de 2,24 por cento- melhor desempenho do índice. No radar, estava a expectativa pelo julgamento do Carf envolvendo a operadora da bolsa paulista em processo fiscal, que foi adiado perto do fim do pregão, desta vez por pedido de vistas.
- GAFISA, que não faz parte do Ibovespa, avançou 6,23 por cento, após a empresa divulgar dados do terceiro trimestre que mostraram crescimento das vendas e lançamentos no período.