Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2015 às 17h59.
São Paulo - A Bovespa fechou em alta nesta quinta-feira pelo oitavo pregão consecutivo, após uma manhã volátil, com a aceleração dos ganhos das ações da Petrobras guiando o Ibovespa para a maior série de altas em mais de dois anos.
A repercussão favorável em Wall Street à ata da última reunião de política monetária do banco central norte-americano endossou os ganhos na bolsa paulista, onde agentes financeiros seguem monitorando desdobramentos na cena política local.
O Ibovespa subiu 0,39 por cento, a 49.106 pontos, completando a maior sequência de altas desde agosto de 2013 e acumulando no período um ganho de quase 12 por cento. O volume financeiro na sessão somou 6,77 bilhões de reais.
Nos Estados Unidos, a ata do Federal Reserve mostrou que o BC norte-americano entendeu que a economia estava perto de justificar uma alta de juros em setembro, mas as autoridades decidiram ser prudente aguardar evidências de que a desaceleração global não está tirando os EUA dos trilhos.
O índice acionário S&P 500 fechou em alta de 0,88 por cento, acima da sua média diária de 50 dias pela primeira vez desde 18 de agosto.
O cenário político local também adicionou certa volatilidade, após o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendar na noite da véspera a rejeição das contas da presidente Dilma Rousseff de 2014, o que eleva a pressão para um eventual processo de impeachment.
DESTAQUES
=PETROBRAS fechou com as ações preferenciais em alta de 3,31 por cento e os papéis ordinários com acréscimo de 3,37 por cento, após uma manhã volátil, conforme os preços do petróleo ampliaram as altas após o PIRA Energy Group, uma entidade que faz prognósticos, estimar que os preços vão subir para 75 dólares o barril ao longo dos próximos dois anos.
=VALE não mostrou um rumo único, mesmo com os preços de minério de ferro à vista na China subindo na volta de feriado no país, após fortes ganhos na véspera. As preferenciais de classe A subiram 0,57 por cento e as ordinárias caíram 0,45 por cento.
=USIMINAS saltou 8,26 por cento, CSN avançou 6,38 por cento, entre as maiores altas do Ibovespa, assim como ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES, com ganho de 5,74 por cento e PÃO DE ACÚCAR, com elevação de 4,43 por cento. Em comum, esses papéis figuram na lista de ações difíceis de encontrar para aluguel, o que pressiona a alta por causa do movimentos de cobertura de posições vendidas, enquanto é desfavorável a avaliação de analistas para as companhias.
=RUMO ALL disparou 14,49 por cento e também teve seu movimento atrelado a cobertura de posições vendidas (short squeeze), dada a sua situação no mercado de aluguel.
=FIBRIA caiu 4,15 por cento, acompanhando o declínio do dólar frente ao real, com a moeda fechando abaixo de 3,80 reais pela primeira vez em um mês. Ainda no setor de papel e celulose, KLABIN recuou 3,42 por cento, com números sobre as vendas de papelão ondulado no Brasil mostrando queda de 4,65 por cento em setembro na base anual. SUZANO PAPEL E CELULOSE cedeu 2,06 por cento.
=OI fechou em queda de 4,09 por cento, após saltar 7,63 por cento pela manhã, repercutindo reportagem do Valor Econômico, segundo a qual a operadora de telecomunicações receberia uma injeção de até 10 bilhões de reais do fundo russo LetterOne em um eventual acordo com a rival TIM PARTICIPAÇÕES. O papel ordinário da Oi, que não está no Ibovespa, ainda fechou em alta de 2,66 por cento. TIM recuou 0,38 por cento.