Notas de dólar (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 2 de março de 2012 às 13h57.
São Paulo - A alta nas ações do setor bancário dava suporte à bolsa brasileira nesta sexta-feira, dia em que o dólar saltava cerca de 1 por cento ante o real, após o Banco Central anunciar na noite da véspera nova medida para frear a entrada de moeda ao país e evitar quedas adicionais da taxa de câmbio.
O BC decidiu que pagamentos antecipados de exportações para operações superiores a 360 dias pagarão Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6 por cento. Antes, essa modalidade tinha prazo ilimitado sem taxação. A decisão veio após, também na quinta-feira, a autoridade monetária ter ampliado de dois para três anos o período de incidência do IOF sobre empréstimos externos.
A valorização do dólar tinha impulso extra pelos ganhos da moeda no exterior, influenciados em parte pela queda do euro, devido a persistentes temores relacionados à crise de dívida do bloco monetário. Dados mostraram que os bancos comerciais depositaram um valor recorde de 777 bilhões de euros no Banco Central Europeu (BCE) em depósitos de um dia, aproximadamente três quartos do dinheiro que o BCE colocou no sistema financeiro em duas injeções de dinheiro ultra barato por meio de financiamentos de três anos.
O movimento, segundo especialistas, sinalizou o ceticismo do mercado sobre os atuais esforços para conter os problemas de dívida da região. Ainda assim, o índice europeu de ações FTSEurofirst 300 conseguiu sustentar leve alta, de 0,1 por cento. Em Wall Street, as ações de energia eram as que mais influenciavam o mercado.
Os preços futuros do petróleo negociado em Nova York caíam mais de 1 por cento, um dia após alcançarem o maior nível em 10 meses. O temor é de que uma forte alta nos preços do petróleo e da gasolina reduza o gasto do consumidor e golpeie a recuperação econômica. O Ibovespa superava os 67 mil pontos pela primeira vez desde abril de 2011, sustentado por ações de bancos.
Na ponta negativa, destaque para B2W e sua controladora Lojas Americanas. Ambas divulgaram seus resultados do quarto trimestre de 2011, sendo que B2W duplicou seu prejuízo, o que ofuscou o lucro líquido de 180,2 milhões de reais da Lojas Americanas e causa queda nos dois papéis.
No mercado de DI, as taxas futuras experimentavam mais um dia de queda, com investidores aumentando apostas de que o BC pode intensificar o ritmo de corte da Selic para 0,75 ponto percentual na próxima semana, em meio aos esforços para dar suporte à economia e frear a baixa do dólar. De modo geral, a agenda de indicadores era fraca em todo o mundo.
No Brasil, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) caiu 0,46 por cento em janeiro, após queda de 0,17 por cento em dezembro, refletindo a crise internacional.
Veja como estavam os principais mercados financeiros às 13h32 desta sexta-feira:
CÂMBIO - O dólar era cotado a 1,7267 real, em alta de 0,86 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA - O Ibovespa subia 0,92 por cento, para 67.427 pontos. O volume financeiro na bolsa era de 2,5 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS - O índice dos principais ADRs brasileiros caía 0,15 por cento, a 35.093 pontos.
JUROS - O DI janeiro de 2014 estava em 9,590 por cento ao ano, ante 9,680 por cento no ajuste anterior.
EURO - A moeda comum europeia era cotada a 1,3199 dólar, ante 1,3311 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
RISCO-PAÍS - O risco Brasil caía 1 ponto, para 192 pontos-básicos. O EMBI+ cedia 1 ponto, a 325 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA - O índice Dow Jones caía 0,13 por cento, a 12.963 pontos, o S&P 500 tinha baixa de 0,17 por cento, a 1.371 pontos, e o Nasdaq ganhava 0,08 por cento, aos 2.991 pontos.
PETRÓLEO - Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto registrava baixa de 1,53 dólar, ou 1,41 por cento, a 107,31 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS - O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 1,9774 por cento, frente a 2,03 por cento no fechamento anterior.