Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2012 às 10h29.
São Paulo - Os sinais para a economia global seguem embaralhados e a Bovespa deve seguir em trajetória errante nesta quarta-feira, já que os investidores mostram-se dispostos em fazer apenas pequenos ajustes nesta reta final de trimestre. Mas em relação aos pares internacionais, os negócios locais podem ficar ainda mais enfraquecidos por causa da queda de quase 3% da Bolsa de Xangai, que deve penalizar principalmente as mineradoras, que foram os destaques de baixa na China. O Ibovespa abriu em queda de 0,23%, abaixo dos 66 mil pontos.
Ainda era madrugada por aqui, quando a Bolsa de Xangai amargava seu pior pregão desde novembro do ano passado culminando na queda de 2,7%. O índice Shenzhen Composto caiu ainda mais, -4,1%, com os mercados chineses exibindo perdas mais aceleradas que o observado em Tóquio e em Seul, por exemplo. A Bolsa da Austrália, por sua vez, fechou no nível mais baixo em quatro meses.
O setor de mineração puxou a queda na China, diante de balanços financeiros decepcionantes, o que elevou as preocupações sobre um pouso forçado da economia emergente neste ano. As declarações do ministro do Comércio da China, Chen Deming, de que o país deve crescer um pouco mais que a previsão de 7,5% não tiveram efeito nos negócios. Já os metais básicos e o petróleo operam em baixa desde cedo.
E à medida que os investidores deslocam o foco do Oriente para o Ocidente, as ações ligadas à extração e produção de recursos naturais também não encontram trégua. Essa performance deve ter um efeito direto sobre as empresas brasileiras exportadoras de matérias-primas, destacadamente a Vale. Como resultado, por causa do peso da participação das ações dessas companhias na Bolsa, o nível dos 66 mil pontos corre o risco de ser abandonado hoje.
Nessa passagem do primeiro para o segundo trimestre, os investidores mantêm intactas as apreensões com a velocidade da retomada econômica global. No Brasil, a agenda econômica doméstica é fraca, mas deve pegar mal a condenação, em primeira instância, da BM&FBovespa pela prática de possíveis atos de improbidade administrativa referentes a operações realizadas pelo Banco Central em janeiro de 1999 no mercado futuro de dólar. Há outros réus nos processos e o valor total da condenação, incluindo multa, é de R$ 8,423 bilhões.
Em comunicado enviado à CVM, a Bolsa reitera que, com base na opinião de seus advogados, continuará a não provisionar em suas demonstrações financeiras qualquer montante relacionado às referidas ações judiciais, tendo em vista o risco remoto de perda, e que recorrerá destas decisões.