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Bovespa cede após dado ruim de emprego nos EUA

Índice da bolsa brasileira cai 0,82%, já abaixo dos 56 mil pontos, na mínima

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2012 às 10h31.

São Paulo - O feriado da próxima segunda-feira em São Paulo e a sequência de cinco altas consecutivas já eram bons motivos para a Bovespa engatar uma sessão de realização de lucros nesta sexta-feira. E a criação de menos postos de trabalho que o esperado nos EUA, com respectiva manutenção da taxa de desemprego, fortalece essa possibilidade. Pouco depois das 10h, o Ibovespa caía 0,82%, já abaixo dos 56 mil pontos, na mínima.

Os EUA criaram 20 mil vagas de emprego a menos que o esperado em junho, totalizando 80 mil novos postos de trabalho. Com isso, a taxa de desemprego permaneceu estável em 8,2%, conforme o previsto. O relatório oficial, conhecido como payroll, revisou a abertura de vagas em maio, para +77 mil, de 69 mil inicialmente. Imediatamente após os números, os índices futuros das Bolsas em Nova York acentuaram a queda, movimento repetido na Europa e também pelo índice Bovespa futuro.

Para o sócio da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira, depois de subir desde a última sexta-feira, a Bolsa encara hoje o desafio de manter essa trajetória ascendente diante de mercados financeiros mais fracos e investidores mais preocupados com o crescimento econômico global. "Será que vamos para o sexto pregão de alta?", indaga, em relatório publicado nesta manhã.

Para ele, esse ciclo deve ser interrompido, diante do sinal negativo que prevalece no exterior. "De qualquer forma não é tão ruim assim", pondera Bandeira, já que a Bolsa deve registrar valorização nesta primeira semana de julho, após três quedas semanais consecutivas.

O fato é que os investidores seguem preocupados com a perspectiva econômica global, após as ações de ontem de alguns bancos centrais, mas têm dúvidas quanto a novas medidas por parte do Federal Reserve, mesmo após o dado ruim de emprego nos EUA. O IPCA mais suave em junho também não modifica, ainda, as apostas para os rumos da Selic no Brasil.

A própria diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, já avisou que o Fundo vai revisar, ainda neste mês, a perspectiva de expansão no mundo, já que a desaceleração da atividade ficou "mais preocupante".

Por sua vez, a inflação saiu da foco de atenção. O índice oficial de preços no País perdeu força em junho, diante da alta de 0,08% do IPCA, de 0,36% em maio. O resultado do mês passado é o menor desde agosto de 2010, mas, por enquanto, não altera as chances de a taxa básica de juros encerrar 2012 em 7,5%.

Ao mesmo tempo, o dado de hoje amplia a possibilidade de o ciclo de afrouxo monetário ir além de agosto. No acumulado dos últimos 12 meses até junho, o IPCA se aproxima cada vez mais do centro da meta de inflação, de 4,5%, e está em 4,92%.

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