Bovespa: papéis do Banco do Brasil encerraram com desvalorização de 5,3 por cento, a 26,6 reais, liderando a queda do índice (Marcos Issa/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2013 às 16h59.
São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou nesta terça-feira abaixo de 52 mil pontos pela primeira em mais de dois meses, seguindo os mercados externos e puxado pelo recuo das ações blue chips e do Banco do Brasil, reviu para baixo suas projeções para o ano.
Após a trégua de segunda-feira, o Ibovespa voltou para o campo negativo e fechou com desvalorização de 1,56 por cento, a 51.804 pontos - desde 4 de setembro o índice não fechava abaixo de 52 mil pontos. O giro financeiro do pregão foi de 7,5 bilhões de reais.
Os papéis do Banco do Brasil encerraram com desvalorização de 5,3 por cento, a 26,6 reais, liderando a queda do índice. O banco estatal divulgou no início do dia que seu lucro líquido caiu 0,9 por cento no terceiro trimestre e voltou a cortar projeções de desempenho para o ano.
"O resultado foi 'ok', mas o mercado continua um pouco preocupado com inadimplência, que veio um pouquinho maior... O mercado vê esse resultado e começa a olhar para a frente, como vai ser em 2014, quando talvez tenhamos novamente uma economia não muito forte", afirmou o analista Felipe Rocha, da Omar Camargo Corretora.
Ele acrescentou que o papel do BB teve alta expressiva no mês passado, de 15 por cento, e estava sujeito à realização de lucros.
A ação preferencial da Petrobras também ajudou a puxar o índice para baixo, depois de ter avançado brevemente em reação à notícia de que o Conselho da estatal se reuniria na tarde desta terça-feira.
Os papéis da petrolífera voltaram para terreno negativo após declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que a reunião não trataria do reajuste de combustíveis.
As ações da mineradora Vale foram outra pressão negativa, além da operadora de telefonia Oi, que divulga números trimestrais após o fechamento do mercado.
"A bolsa tentou subir um pouco ontem, mas o fato é que está caindo desde o final de outubro, depois de chegar quase até os 57 mil pontos, iniciando uma realização de lucros e até uma queda com base em notícias internas não tão boas", afirmou o especialista em renda variável Rogério Oliveira, da Icap Brasil, rederindo-se a dados sobre o crescimento econômico e a situação fiscal do país.
Oliveira acrescentou que novembro costuma ser um mês mais devagar para a bolsa, marcado pela retração principalmente dos investidores estrangeiros, que já começam a fechar suas contas anuais. "É como se o pessoal já tivesse feito suas apostas e, nesse mês, a coisa meio que se arrasta", disse.
No cenário macroeconômico, a promessa do Partido Comunista da China de deixar os mercados desempenharem um papel "decisivo" na alocação de recursos não bastou para animar as bolsas.
Investidores continuaram temerosos quanto a uma possível redução antes do esperado do programa de estímulos do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, após a divulgação de números fortes do mercado de trabalho na última sexta-feira. As bolsas norte-americanas caminhavam para fechar o pregão em baixa.
Na quinta-feira, Janet Yellen, indicada para suceder o atual chairman do Fed, Ben Bernanke, será sabatinada pelo Comitê Bancário do Senado dos EUA.