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Bovespa cai 1,3% com cautela antes do Fed e cena política

Por volta do fechamento do pregão, a PGR entregou 83 pedidos de abertura de inquérito baseados nos acordos de delação de executivos da Odebrecht

Bovespa: as ações da Petrobras ficaram entre as maiores pressões negativas e fecharam em mínimas em cerca de seis meses (Marcos Issa/Bloomberg)

Bovespa: as ações da Petrobras ficaram entre as maiores pressões negativas e fecharam em mínimas em cerca de seis meses (Marcos Issa/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 14 de março de 2017 às 18h14.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em queda nesta terça-feira, com a cautela prevalecendo na véspera da decisão do Federal Reserve sobre os juros norte-americanos e diante da cena política local.

As ações da Petrobras ficaram entre as maiores pressões negativas e fecharam em mínimas em cerca de seis meses, pressionadas pelo recuo nos preços internacionais do petróleo.

O Ibovespa caiu 1,27 por cento, a 64.699 pontos. O volume financeiro somou 7,18 bilhões de reais.

Localmente, os receios políticos voltaram a rondar os negócios em meio a mais um capítulo envolvendo as delações de executivos da Odebrecht.

Por volta do fechamento do pregão, a Procuradoria-Geral da República entregou 83 pedidos de abertura de inquérito baseados nos acordos de delação premiada de mais de 77 executivos da empresa com a operação Lava Jato.

Nos Estados Unidos, a alta de juros na quarta-feira é tida praticamente como certa entre participantes do mercado, com a expectativa agora se voltando para o ritmo de altas à frente.

Acontecimentos na Europa também pesaram, com investidores de olho no andamento do processo para o Reino Unido deixar a União Europeia, o chamado Brexit, após a primeira-ministra britânica conquistar o direito de dar início ao processo de desfiliação do país do bloco e iniciar dois anos de conversas que irão moldar o futuro do Reino Unido e da Europa.

Destaques

- PETROBRAS PN caiu 5,43 por cento e PETROBRAS ON perdeu 3,75 por cento, fechando no menor patamar em cerca de seis meses, acompanhando a perda dos preços do petróleo no mercado internacional. Além disso, segundo analistas, a ação reagiu à espera da decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre processos para vendas de ativos da empresa, por receios de que alguns negócios não avancem como esperado. Com a baixa desta sessão, as ações PN da petrolífera fecharam no menor patamar desde 30 de setembro do ano passado, enquanto as ON foram ao menor nível de fechamento desde 12 de agosto.

- ELETROBRAS ON teve perdas de 4,33 por cento. Segundo operadores, entre as pressões estava a informação de que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá rever as tarifas de todas distribuidoras de eletricidade do Brasil para que os consumidores recebam de volta valores cobrados indevidamente após um erro nos cálculos tarifários de 2016. Além disso, pesou ainda uma contaminação da Petrobras, com a expectativa quanto a decisões do TCU sobre acordos para vendas de ativos da petrolífera, com receio de impacto no plano de desinvestimento da Eletrobras.

- CEMIG PN caiu 4,09 por cento, devolvendo ganhos da véspera, quando subiu 4,8 por cento, repercutindo a notícia de que a empresa planeja vender uma participação majoritária em duas unidades e listá-las em São Paulo e Nova York nos próximos meses.

- JBS ON subiu 0,26 por cento, mas ficou longe da máxima da sessão, quando avançou mais de 3 por cento. A empresa reportou lucro de 694 milhões de reais no quarto trimestre do ano passado, revertendo resultado negativo de um ano antes. Em teleconferência, executivos da empresa afirmaram que veem recuperação das margens em 2017 diante de preços de venda internacionais melhores e custos de insumos cedendo.

- VALE PNA subiu 1,06 por cento e VALE ON teve alta de 0,52 por cento, revertendo as perdas vistas mais cedo na sessão, quando o mau humor se sobrepôs à alta nos preços do minério de ferro na China.

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